Brasil e Argentina decidiram criar uma empresa binacional, nos moldes
de Itaipu, para administrar gestão de usinas hidrelétricas no Rio
Uruguai, fronteira entre os países. Inicialmente, está prevista a
construção de duas usinas: Garabi, com potência máxima de 1150
megawatts, e Panambi, de 1050 MW. Nesta quinta-feira, o ministro de
Minas e Energia, Edison Lobão, recebeu em Brasília o ministro do
Planejamento argentino, Julio de Vido. Após o evento, Lobão informou que
a licitação do projeto executivo deve ser feita pela Argentina até o
dia oito de março:
— Vamos fazer nos moldes de Itaipu, com os aperfeiçoamentos que forem necessários — disse Lobão.
Pela
parte brasileira, o projeto é liderado pela Eletrobras, que possui
outros empreendimentos de geração de energia elétrica na América do Sul e
na América Central.
A Eletrobras participou da elaboração dos
projetos iniciais de Garabi-Panambi com a estatal argentina Ebisa. Pelo
novo modelo, as duas empresas devem ser sócias para gerir as usinas. O
aproveitamento conjunto das águas do Rio Uruguai, que determina trechos
da fronteira, já foi objeto de acordo binacional entre Brasil e
Argentina em 1980.
O Sistema Interligado Nacional já está
conectado aos mercados de Argentina e Uruguai, além do Paraguai por
Itaipu. Essas conexões são usadas quando há folga de geração em um dos
países e escassez em outro. A Argentina possui em relação ao Brasil um
crédito de energia de 12 mil megawatts-hora.