O governo da Itália anunciou, na madrugada desta quinta-feira, que
entrará com recurso na Corte de Justiça de Haia, na Holanda, para tentar
reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que na noite de
quarta-feira, 9, determinou a imediata soltura do ex-ativista italiano
Cesare Battisti, negando sua extradição.
Battisti deixou o presídio da Papuda, em Brasília, no início da
madrugada. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, expressou
“desgosto” diante do veredicto. Para a ministra da Juventude da Itália,
Giorgia Meloni, a negativa de extradição é a “enésima humilhação” às
vítimas do terrorismo.
Por 6 votos a 3, o STF considerou que a decisão do então presidente
Lula de negar a extradição de Battisti ao governo italiano foi um ato
soberano e não podia sequer ser analisado pelo tribunal – que havia
autorizado, antes, a extradição.
O ex-ativista esteve preso no Brasil desde março de 2007 a pedido
da Itália, cuja Justiça o condenou à prisão perpétua por quatro
homicídios. O governo italiano contestava no STF a decisão do
ex-presidente.