Embora a corrente de comércio com a África do Sul tenha crescido 25% nos últimos dois anos, o Brasil importa apenas metade de todo o volume que exporta para o novo parceiro de Brics. Além disso, as transações são compostas por produtos de baixo valor agregado, como itens agrícolas e minérios. “Houve uma grande evolução nas nossas relações comerciais nos últimos anos, mas precisamos torná-las mais igualitárias. Hoje, a balança está mais favorável para o Brasil”, analisa o cônsul sul-africano Yusuf Omar.
Ao citar quantas empresas brasileiras investem na África do Sul, Omar destaca novamente um desequilíbrio. “Há apenas três ou quatro companhias instaladas no país. Mas há cerca de 15 empresas sul-africanas no Brasil”, reforça.
A adesão da África do Sul ao Brics pode contribuir para estreitar a parceria e agregar valor ao comércio bilateral. “Se imitarmos o que acontece hoje com o Ibsa (grupo formado por Índia, Brasil e África do Sul), podemos avançar muito. Claro que dentro do bloco algumas parcerias aceleram mais que as outras”, diz. Segundo Omar, Índia e África do Sul negociam acordos, fomentados pelo Ibsa, de mais de US$ 10 bilhões. “O mesmo pode acontecer com o Brasil e com a África do Sul”, projeta.
“Tivemos três eleições desde 1994 e nenhuma gota de sangue derramada. Emergimos rápido da recessão assim como o Brasil. A Inflação caiu de dois dígitos para menos de 5%em pouco tempo. A África do Sul é muito atraente para investimentos”, completa.