Ministro comete gafe ao comentar tragédia
A tragédia no Japão foi tema, ontem, de entrevistas de três ministros brasileiros, que falaram sobre possíveis efeitos da crise no país. A expectativa de que os esforços de reconstrução do Japão acabem puxando a demanda por produtos como minério de ferro e aço, nos quais o Brasil é competitivo, levou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a cometer um deslize:
– O Brasil vai acabar, apesar de não desejarmos tragédia para ninguém, até ganhando. Acho que vai ter mais encomenda do que desistência, por causa da necessidade de construir cidades (no Japão).
Os setores de alimentos e cimento no Brasil também podem ser beneficiados devido ao desabastecimento no Japão. Mas tanto Lupi como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, salientaram a perspectiva de vendas maiores de minério e aço.
– As importações do Japão, em um primeiro momento, poderão ser menores. Mas, num segundo momento, ficarão maiores, porque serão necessários minério de ferro e aço para reconstruir o país – disse Lobão.
Já Guido Mantega, da Fazenda, disse que o cenário internacional é incerto demais para previsões, otimistas ou pessimistas.
– Não sabemos ainda qual é o alcance da crise japonesa. Estamos acompanhando e torcendo para que o governo japonês consiga controlar a situação. Por enquanto, é normal que os mercados fiquem um pouco nervosos, mas temos que aguardar alguns dias para que essa situação se acomode. Por enquanto, não há maiores consequências sobre o Brasil além dessas volatilidades no mercado – disse Mantega. – Estamos torcendo e dando apoio para que o governo japonês consiga superar essa situação e pensamos nos brasileiros que estão lá.