Henrique Meirelles, presidente do BC, tem até o dia 3 de abril para decidir seu futuro. Em conversa com Michel Temer, presidente do PMDB e da Câmara dos Deputados, e Henrique Eduardo Alves, líder do partido na Casa, há cerca de duas semanas, o títular da autoridade monetária teria dito que sua sucessão no BC se daria de forma “tranquila”.
Segundo relatou a Reuters, Alves contou que “ele disse que dois ou três diretores continuariam perfeitamente sua política e mostrou tranquilidade na sucessão dele”, apesar de não citar nomes. Na bolsa de apostas, o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Tombini, é um dos mais cotados, por representá-lo com frequência em reuniões de governo.
Os dois pemedebistas tentaram convencer Meirelles a concorrer a um mandato em outubro, abrindo a possibilidade de indicação de quem ele desejar em um eventual governo da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata da situação. Alves ainda afirmou que Meirelles quer primeiro falar com Lula antes de tomar sua decisão íntima, mas não descartou hipótese do Senado.
Complicações
Com a possível desistência de Iris Rezende ao governo de Goiás, o deputado estadual Thiago Peixoto relata que “o cenário bagunçou. Voltou a ser discutido dentro do partido a possibilidade de defendermos Meirelles para o governo (local)”, afirmou à Reuters. Alves prefere que o presidente do BC mantenha o foco na disputa ao Senado do estado.
A outra complicação veio com o pedido de abertura de inquérito do Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal contra Meirelles, por suspeita de crime contra a ordem tributária. A assessoria de imprensa do presidente do BC afirmou que Meirelles recebeu a notícia pela imprensa e com tranquilidade. Caso saia do Banco Central, o atual presidente perderia status de ministro e, portanto, o foro privilegiado.