Governo e oposição fecharam acordo ontem para adiar a votação do protocolo de adesão -da Venezuela ao Mercosul para o dia 9 de dezembro. O governo aceitou discutir melhor o tema antes de colocá-lo para análise do plenário, depois que a oposição se mostrou contrária à votação da matéria.
“Fizemos um entendimento, o governo não desistiu da Venezuela. Mas se eu posso fazer um entendimento e tratar a oposição com cortesia, por que não faze-lo? Eu não quero patrolar a oposição, eu quero conquistá-la”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
A oposição é contra o ingresso da Venezuela no Mercosul por considerar que o presidente do país, Hugo Chávez, coloca em risco a democracia no bloco econômico. DEM e PSDB, porém, reconhecem que terão dificuldades para barrar o ingresso da Venezuela no Mercosul.
Embora os governistas tenham dissidências contrárias à adesão do país vizinho ao bloco econômico, senadores do DEM e PSDB admitem que não terão número suficiente de parlamentares para derrubar o protocolo de adesão da Venezuelano Mercosul.
O governo adiou a votação nas últimas três semanas por não ter certeza da vantagem sobre a oposição. Líderes governistas admitiram que as recentes declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que os líderes militares da Venezuela devem estar preparados para a “guerra” no continente, poderiam colocar em risco a aprovação da adesão do país ao Mercosul.
Chávez fez as declarações há duas semanas, o que dificultou as negociações dos governistas para a votação do ingresso da Venezuela no Mercosul. A oposição trabalha para adiar a votação do protocolo de adesão até que haja um compromisso do governo venezuelano de que não há uma “situação de guerra” no continente.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), admitiu ontem que o tema é “difícil”, por isso os lideres precisavam de um acordo para colocá-la em votação. “Embora tenha um acordo preliminar de votar logo, agora o assunto está numa fase em que os partidos não querem que seja levado a plenário. Isso porque é uma matéria muita polêmica”, disse Sarney.
O governo adiou a votação nas últimas três semanas por não ter certeza da vantagem sobre a oposição. Líderes governistas admitiram que as recentes declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que os líderes militares da Venezuela devem estar preparados para a “guerra” no continente, poderiam colocar em risco a aprovação da adesão do país ao Mercosul.
A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado aprovou no final de outubro o ingresso da Venezuela no Mercosul. Apesar da pressão de senadores oposicionistas contra a adesão do país presidido por Hugo Chávez no bloco econômico, o governo tinha maioria na comissão para garantir a aprovação do voto em separado do senador Romero Jucá – favorável ao protocolo de ingresso do país no Mercosul.
Antes de aprovar o voto de Jucá, a comissão rejeitou o relatório do senil dor Tasso Jereissati (PSDB-CE), contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul. A oposição critica a adesão da Venezuela no bloco por considerar que Chávez impôs um regime antidemocrático no país – o que poderia colocar em xeque a democracia na América do Sul.
No texto, jucá não reconhece atitudes antidemocráticas no governo de Hugo Chávez ao considerar que isso é fruto de distorção da imprensa sensacionalista e de organismos internacionais. O líder governista também argumentou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da oposição, foi quem deu início às negociações para a adesão da Venezuela ao Mercosul.