A atividade econômica dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recuou 2,1% no primeiro trimestre do ano na comparação com o trimestre anterior, segundo estudos preliminares. Trata-se da queda mais significativa desde 1960, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do organismo começou a ser medido. Também foi a terceira queda consecutiva desde o terceiro trimestre de 2008.
A contração recorde reflete a crise financeira e econômica mundial e superou a marca registrada no trimestre anterior, quando a economia dos países do grupo encolheu 2%. Na comparação com igual período de 2008, o PIB agregado total dos países da OCDE caiu 4,2%, arrastado pelas baixas no Japão (9,1%) e Alemanha (6,9%). No período, o tombo das duas grandes economias foi causado pela dependência nas exportações de manufaturados. O Japão sozinho respondeu por 1 ponto percentual da queda de 4,2% do PIB da OCDE, enquanto a zona do euro (16 países europeus que compartilham a moeda) respondeu por 1,3 ponto e os Estados Unidos, por 0,9.
A OCDE, que reúne 30 países que produzem mais da metade de toda a riqueza do mundo, divulgou o balanço ontem, em Londres. O Brasil não faz parte da organização. Segundo seu relatório, na maior economia do planeta, os EUA, o PIB caiu 1,6% nos três primeiros meses de 2009, a exemplo do quarto trimestre do ano passado. Só o Japão contribuiu para a queda geral com uma recessão de 4%, após um declínio de 3,8% no trimestre anterior. A Zona do Euro, por sua vez, registrou recuo do PIB de 2,5%, que se seguiu a outro de 1,6%, nos três meses anteriores.
LÍDERES. Além de Japão e Alemanha, sofreram fortes quedas a Itália (2,4%), o Reino Unido (1,9%) e a França (1,2%). Juntamente com o Canadá, cujos dados não foram divulgados por serem computados noutra metodologia, estes países fazem parte do chamado G7, grupo formado pelas maiores economias industrializadas do mundo. Também são membros da OCDE outros países da União Europeia, Coreia do Sul, México, Turquia, Islândia, Suíça, Austrália e Nova Zelândia. Apesar disso, não foram divulgados dados sobre esses países. Na semana passada, o Japão anunciou ter sofrido, no primeiro trimestre, a maior contração desde que os registros começaram, em 1955, em razão da queda acentuada das exportações do país. A Itália também anunciou que seu PIB caiu 5,9% no primeiro trimestre do ano, em comparação a igual período em 2008, a pior queda desde 1980.
Apesar da avaliação negativa, a entidade acredita que o ritmo de contração da economia mundial parece estar desacelerando e a recuperação deve começar ainda no fim deste ano. Na sexta-feira, o chefe da OCDE, Angel Gurria, ressaltou que indicadores como vendas de moradias norte-americanas e as exportações chinesas estão começando a se recuperar, e a economia global “não está mais em queda livre”. Para ele, a perspectiva da recuperação não significa que dadvos muito claramente positivos surjam nos próximos meses, mas que a economia mundial pare de se contrair.