As aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) podem voltar no segundo semestre, prevê Jean Marc Etlin, vice presidente executivo do Itau BBA. Ele acha que podem ocorrem algumas operações, mas o investidor vai ficar mais seletivo e os preços serão mais realistas.
A abertura de capital se transformou em uma das principais formas de saída dos fundos de private equity do capital das empresas em que investem. Com a paralisação dessas operações desde 2008, os fundos buscam alternativas de saída.
A gestora DGF Investimentos acaba de vender uma de suas empresas para o portal UOL, contou Sidney Chameh. A empresa é a DHC Outsourcing, especializada em hospedagem de páginas na internet e centro de dados para grandes companhias. A DHC foi criada em 2000. O fundo começou a conversar com a empresa em 2003, mas o investimento só foi feito no final de 2005.
Na época, a empresa estava sem capital, porque seu fundador, o executivo Dario Boralli, havia comprado a participação de um outro sócio. O fundo então entrou no capital da empresa. Por questões contratuais, os valores não podem ser revelados.
Na época, o faturamento anual da DHC era de R$ 15 milhões. Esse valor foi multiplicado por três. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) saltou cinco vezes. Com a venda a DGF terá um retorno que pode variar entre cinco a oito vezes o capital investindo, segundo estimativas preliminares.
Chameh está otimista com o mercado. A DGF acaba de fazer mais dois novos investimentos, no setor de tecnologia. Além disso, começa a investir recursos do fundo de R$ 300 milhões que criou este ano para aplicar em projetos ligados ao etanol.
Os próprios fundos de private equity estão aproveitando os preços baixos na bolsa para comprar ações de empresas promissoras, subavaliadas pelo mercado. Segundo Ariel Muslera, diretor da Lavca, associação que reúne os fundos de venture capital da América Latina, esse tipo de estratégia vem sendo usada por mais fundos, que vão comprando fatias de 1% a 2% do capital da empresa no mercado. Antes da crise, era uma operação feita apenas por fundos específicos ou fundos de hedge.