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18 de abril de 2024Juíza nega pedido para afastar a governadora, acusada de participar do desvio de R$ 44 milhões
Poucas horas após o vazamento da íntegra da ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) que acusa a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e outras oito pessoas de participar ativamente do desvio de R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), a juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara da Justiça Federal, não aceitou o pedido do MPF para afastar Yeda do cargo. Em uma decisão de duas páginas, Simone escreveu que, como a ação é muito complexa, “fica difícil aferir a suficiência de elementos que levem a concluir pela necessidade de afastamento da governadora do seu cargo”.
No entanto, não faltam indícios do envolvimento de Yeda na fraude no Detran-RS nas 1.238 páginas do documento redigido pelo Ministério Público Federal. As laudas da ação estão repletas de transcrições de conversas gravadas que sustentam a tese de que Yeda e mais oito réus sabiam do esquema de desvio de recursos públicos, conforme revelado pela Operação Rodin, da Polícia Federal, em novembro de 2007. Interceptações telefônicas, algumas inéditas, e conversas gravadas entre o consultor Lair Ferst e o ex-representante do estado em Brasília Marcelo Cavalcante, que morreu em fevereiro, estão entre os principais elementos de prova apresentados.
Na ação, consta que o deputado federal José Otávio Germano (PP) é um dos principais mentores e beneficiários do esquema. Conforme os procuradores da República, o valor de propina era fixado em aproximadamente R$ 450 mil mensais. Parte se destinava ao pagamento do chamado “jurídico”, sendo que R$ 70 mil ficavam com José Otávio. Pelo menos R$ 30 mil eram recebidos pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas. O restante — R$ 350 mil — era dividido em duas parcelas de cerca de R$ 175 mil, destinadas ao que se chamou de “governo” e de “partidos”.
Participação
Chama atenção, também, o destaque dado ao suposto “conhecimento” e “participação” de Yeda como beneficiada diretamente no desvio de dinheiro do Detran. Segundo o MPF, o depoimento prestado pelo então presidente do Detran, Sérgio Buchmann, em 17 de julho, foi de “extrema relevância” para mostrar a concordância e benefício direto dela na fraude. A participação de cada réu é descrita em itens específicos, com o cruzamento de ligações que sustentariam o envolvimento dos suspeitos.
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