O sinal dado pela agência Standard&Poor’s, apontando o problema brasileiro na execução da política fiscal, somou-se às declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. De acordo com ele, o Executivo faz o máximo para ajustar as contas e o esforço adicional depende, agora, do Congresso Nacional. De fato, tudo na política e na economia aponta para a difícil relação entre a presidente Dilma Rousseff e sua base parlamentar.
Ao por o Brasil em perspectiva negativa, a agência de risco disse que o sistema político brasileiro está sob estresse e aumenta o ambiente de incerteza. O problema para o governo é que o ambiente tenso continuará em agosto, após a volta dos parlamentares da sua base, onde estão ouvindo (muitas) reclamações. Soma-se a isso, a crescente convocação nas redes para a manifestação nacional do dia 16.
Dilma terá de enfrentar ainda a possibilidade de novos rebaixamentos pelas agências internacionais de risco já que a recessão vai ser maior do que a prevista no começo do ano e a nova meta fiscal foi mal recebida. A S&P disse que estão piorando as perspectivas de crescimento do país em 2014 e 2015. A Moody’s deve dar sua nota durante o mês de agosto. A tendência é rebaixar o Brasil, mantendo o grau de investimento. Assim como a S&P, também deve colocar em perspectiva negativa.
Os últimos fatos da economia mostram que será fundamental para o país a evolução de algumas medidas em andamento no Congresso. Ao contrário do que pensam alguns setores do governo, de que melhorou o clima com o recesso parlamentar, observadores experientes ouvidos pelo Blog insistem em dizer que o mês de agosto trará uma relação ainda mais desgastada entre os dois poderes.
O pior temor é de uma nova temporada de “pautas-bombas”. Se acontecer, a política continuará aumentando a incerteza da economia. E os problemas da economia… a azedar a política.