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18 de abril de 2024O presidente Michel Temer desembarcou ontem em uma Nova York com segurança reforçada após a explosão que deixou pelo menos 29 feridos no sábado no Bairro de Chelsea, em Manhattan. O peemedebista manterá a tradição e fará amanhã o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Na segunda agenda internacional desde que assumiu definitivamente a Presidência, há a expectativa de que Temer apresente o Brasil como um campo fértil ao investimento, mostrando o cenário econômico mundial, as propostas dos programas de concessões do governo e as mudanças climáticas.
Em linhas gerais, Temer deve seguir os mesmos moldes do discurso feito na Reunião de Cúpula do G-20, no início deste mês, em Hangzou, na China. Lá, ele defendeu que o desafio econômico mais urgente do país é o de ordem fiscal, aspecto que levará à retomada da confiança na economia. “Nosso objetivo primordial é promover um ajuste estrutural dos gastos públicos num horizonte de 20 anos”, disse, na China. É esperado também que o presidente mencione os programas de parcerias público-privadas que o governo já anunciou. “Como reflexo desses esforços, já foi possível verificar uma positiva reversão de expectativas. É patente a elevação nos níveis de confiança dos agentes econômicos”, afirmou, na Ásia.
Interlocutores do Palácio do Planalto que participaram de uma reunião com o presidente na última quinta-feira para tratar do discurso em Nova York lembram ainda que Temer deve mencionar os programas lançados na terça passada por Moreira Franco, responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). No pacote, estão previstos leilões para concessões na área de infraestrutura, transporte e saneamento, além da privatização de ativos, principalmente no setor elétrico. É previsto também que sejam mencionados os fundos de investimento brasileiros.
ORIENTE MÉDIO Para o cientista político Virgílio Arraes, professor de história contemporânea e do Instituto de Relações Exteriores da UnB, em momentos de crise, é adequado que o presidente tente atrair investidores. “A questão é que tipo de investidor o governo pretende. No discurso da Assembleia Geral da ONU, é momento de tratar de grandes temas, entre eles, da situação econômica mundial”, afirmou. Na avaliação de Arraes, deve haver uma preocupação com temas como o problema do Oriente Médio. “O momento difícil do Oriente Médio, que o Brasil tem relações de fraternidade, e a questão no Haiti”, citou o professor.
Assessores próximos a Temer evitam adiantar detalhes do discurso. Há a possibilidade de o presidente voltar a mencionar o momento político que o país viveu com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff a fim de frisar que o processo se deu de forma legítima. Porém, para Arraes, qualquer menção seria equivocada. “Quanto mais o Brasil tocar nisso, mais reaviva isso (o processo). A situação já se encerrou. Agora é pensar no futuro”.
O Brasil é o primeiro a se pronunciar na Assembleia Geral da ONU desde 1949. Além do discurso, que ocorre amanhã, Temer fala hoje sobre a crise de refugiados no mundo em reunião convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Na quarta, participa do encontro entre os países que assinaram o Acordo de Paris sobre mudança climática, quando deve ratificar a adesão do Brasil. Também está previsto na agenda nos Estados Unidos encontros bilaterais com os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Nigéria, Muhammadu Buhari.
FUNDOS INTERNACIONAIS Na quarta-feira, Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário executivo Wellington Moreira Franco, vão se encontrar com investidores para tentar atrair recursos, principalmente para financiar o programa. Haverá reunião privada de Temer com duas dezenas de administradores de fundos institucionais e presidentes de empresas. Em seguida, ele falará em almoço aberto, do qual também participarão analistas de mercado e representantes de agências de classificação de risco. Moreira Franco informou na semana passada que o objetivo dos encontros com investidores e empresários americanos é mostrar para os estrangeiros que o ambiente no Brasil mudou. “Temos a absoluta consciência de que a credibilidade do país, tanto interna quanto externamente, estava muito ruim, a confiança péssima e sobretudo a segurança”, disse.
De acordo com ele, não havia até então previsibilidade de como eram as regras e quando as regras mudavam. “Toda hora se faziam alterações que pareciam pontuais e não eram. Havia intervenção do governo por forças ideológicas equivocadas que agrediam a própria lógica das coisas, como querer fixar uma taxa de retorno e tarifas artificiais”, disse o ministro, acrescentando que é isso que ele tentará mostrar para os investidores estrangeiros em Nova York.