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18 de abril de 2024O chanceler Celso Amorim participa de audiência pública nesta terça-feira (6) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Cenário de críticas à política externa brasileira nos últimos tempos, a CRE receberá o ministro às 14h30 para falar inicialmente sobre o controvertido apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, mas espera-se que outros pontos polêmicos, como as relações com Cuba, também sejam abordados.
De autoria do senador João Tenório (PSDB-AL), o requerimento para o convite ao ministro das Relações Exteriores foi aprovado em 26 de fevereiro, uma semana antes da chegada ao Brasil da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton. A pedido de Amorim, entretanto, a audiência acabou sendo marcada para depois da viagem de Lula ao Oriente Médio (Israel e Palestina), realizada em meados de março. Nesse intervalo, o PSDB anunciou sua “ruptura” com a política externa e a CRE, presidida por Eduardo Azeredo (PSDB-MG), suspendeu as análises de indicações de novos embaixadores. As sabatinas dos indicados pelo governo só deverão ser retomadas na próxima semana.
A comissão decidiu convidar Amorim a expor as razões do governo brasileiro para discordar da intenção dos Estados Unidos e de outros países de impor sanções ao Irã por insistir em seu programa nuclear. Os Estados Unidos teriam razões para suspeitar que o programa nuclear iraniano estaria voltado à produção de bombas atômicas. Para o senador João Tenório, é estranho que o governo brasileiro manifeste publicamente apoio ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, “num momento em que até mesmo os tradicionais apoiadores do Irã, como Rússia e China, começam a se afastar” daquele país.
Autoritarismo
Além das relações com Irã, integrantes da CRE tem manifestado a intenção de influírem de maneira mais decisiva na política externa em questões como a tolerância do governo Lula a governos autoritários, entre os quais o da Coréia do Norte. Outro tema de interesse dos parlamentares é o acordo político com a França para a compra de caças daquele país em troca do apoio dos franceses a uma vaga para o Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O negócio com a França entrará na pauta da audiência a pedido do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Ele sustenta que os termos do acordo vão muito além do usual em tratados de cooperação direcionados à defesa firmados com outros países. “Chegou ao paroxismo o nível de equívocos da política externa brasileira. Não aceitamos mais que ela seja feita exclusivamente pelo Executivo. Entendemos que nossa função é ajudar a governar. O Senado quer participar, o PSDB quer participar. Há espaços que não estão sendo ocupados por nós”, disse recentemente o líder do PSDB, Arthur Virgílio.
“Embora considere o assunto polêmico, o ministro não vê problemas em falar sobre o Irã”, disse Azeredo no dia 2 de março, depois de almoço com o chanceler, do qual participaram também senadores da base do governo. Ao informar que a situação política em Cuba será tratada pelo chanceler na comissão, Azeredo observou que o bloqueio econômico à ilha e a morte do preso político cubano Orlando Zapata Tamayo, em razão de uma greve de fome, foram levantadas durante o encontro pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Para Celso Amorim, o Brasil passou a ocupar papel de destaque a partir do governo Lula. Já Azeredo disse que essa posição privilegiada do país já havia se registrado antes: em 1985, com o processo de redemocratização, e em 1994, com o Plano Real e a conquista da estabilidade.