Brazil will not comply with ACTA
12 de maio de 2010Sauditas cancelam taxa de importação do aço
17 de maio de 2010Embora tenha dado indicações de que poderá apoiar uma nova rodada de sanções contra o Irã na ONU, a Rússia ainda vê espaço para uma solução negociada do impasse nuclear.
Essa é a mensagem que o Kremlin vem transmitindo ao governo brasileiro, na véspera da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarca hoje em Moscou.
No próximo fim de semana, o líder brasileiro vai ao Irã para uma visita que deve ser dominada pela polêmica sobre o programa atômico iraniano.
Segundo o embaixador do Brasil na Rússia, Carlos Antonio Paranhos, há “grande expectativa” em Moscou em relação às conversas que o presidente Lula terá em Teerã.
Isso ocorre, afirma o embaixador brasileiro, porque o governo russo acredita que o Brasil tenha “capacidade de interlocução e credibilidade” para conseguir um compromisso que permita um entendimento sobre o programa nuclear iraniano, que potências ocidentais suspeitam ter fins militares -o que Teerã, no entanto, nega.
Em visita à Turquia, que junto com o Brasil tenta reviver uma proposta de acordo nuclear com o Irã, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse ontem que apoia o esforço.
“Se esse tipo de proposta tiver o apoio de todos os participantes desse processo, então não seria uma má saída”, disse.
A proposta apresentada pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU) no fim do ano passado prevê que o Irã envie dois terços de seu estoque de urânio pouco enriquecido para outro país e receba em troca o combustível enriquecido a até 20%, nível adequado para uso médico mas não para fins militares.
Lula passará um dia na capital russa, onde se reunirá com Medvedev e com o ex-presidente e atual primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin.
Durante a visita, será assinado um pacto de isenção de vistos entre os dois países. O Brasil espera que isso resulte num aumento significativo no número de turistas russos para o país (em 2009 foram só 10 mil).
Também há a expectativa de que a isenção contribua para impulsionar o comércio entre os dois países, que em 2008 chegou a US$ 8 bilhões.
No ano passado, com a crise financeira, caiu pela metade.
França
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que apoia as gestões americanas por uma nova rodada de sanções contra o Irã, também desejou sorte ontem a Lula, em conversa telefônica.
Em nota, o governo francês disse que “o presidente [Sarkozy] garantiu total apoio da França aos esforços empreendidos pelo Brasil para convencer autoridades iranianas a responder plenamente aos pedidos da comunidade internacional sobre o programa nuclear”.
A mensagem de Sarkozy contraria declaração do seu chanceler, Bernard Kouchner, que na semana passada disse temer que o presidente brasileiro seja “enganado” na viagem ao Irã -onde será recebido pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. Anteontem, Kouchner corroborou a posição do chefe.
Já o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a arremeter contra as potências ocidentais, dizendo ontem que “as resoluções [por sanções na ONU] não valem um centavo”.
