Rousseff says Brazil may join Europe rescue effort
14 de setembro de 2011Brazil 2012 inflation forecast at 5.5 percent
19 de setembro de 2011A política social teve papel central na redução da desigualdade social e
fez com que a renda média do brasileiro crescesse 28% e a desigualdade
caísse 5,6% de 2004 a 2009. A conclusão é de levantamento do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao governo federal.
“Essa evolução na distribuição de renda foi, em grande parte, motivada
pelo crescimento econômico e pela geração de empregos”, aponta o
levantamento.
O estudo Mudanças recentes na pobreza brasileira
aborda as transformações sociais provocadas pela redução na desigualdade
de renda de 2004 até 2009. As alterações demográficas e o lento aumento
da escolaridade da população adulta também foram apontados como causas
da melhora dos indicadores, segundo o estudo. Durante o período
analisado, a parcela da população brasileira vivendo em famílias com
renda mensal igual ou maior do que um salário-mínimo per capita subiu de
29% para 42%, passando de 51,3 a 77,9 milhões de pessoas.
Mesmo
com a melhora, em 2009, ainda havia 107 milhões de brasileiros vivendo
com menos do que R$ 465,00 per capita mensais. Usando os critérios para
concessão de benefícios do Programa Bolsa Família, as pessoas com essa
renda podem ser divididas em três estratos de renda. Extremamente
pobres, que, em 2009, tinham renda de até R$ 67,00 mensais; os pobres,
com renda entre R$ 67,00 e R$ 134,00; e os vulneráveis, com renda entre
R$ 134,00 e R$ 465,00.
“O crescimento da renda e a diminuição das
desigualdades foram bastante significativos”, avalia o pesquisador da
Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea Rafael Guerreiro
Osório. “O grande estrato que cresce na população é o de não pobres. É
uma diferença de 26 milhões de pessoas”, completou.
Uma das
conclusões destacadas pelo pesquisador é que, apesar de bastante
abrangente, o Bolsa Família não garante a ascensão social de seus
beneficiados. “Embora seja uma cobertura muito abrangente para as
famílias extremamente pobres ou pobres, os valores transferidos pelo
programa são muito baixos. Com isso, nenhuma família sai desses estratos
por causa dessas transferências. Para que isso aconteça, é fundamental
que elas tenham uma outra fonte de renda, ainda que de algum trabalho
precário”, destacou Osório.
Ele acrescentou que um estudo do Ipea
mostra que, dobrando o orçamento do Bolsa Família destinado às pessoas
já atendidas, “seria possível levar a pobreza extrema do País para
níveis bem baixos”, podendo inclusive chegar à meta de erradicar a
miséria no Brasil. “Em valores, isso corresponde a aumentar de R$ 12
bilhões para R$ 26 bilhões o orçamento destinado ao programa.”
