Os diretores do Banco Central (BC) informaram no Relatório de Inflação, divulgado na sexta-feira, que há “margem residual” para um processo de flexibilização da política monetária. Apesar da afirmação, a autoridade monetária ponderou que é preciso “manter postura cautelosa, visando assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas”. No texto, os diretores do BC afirmam que o desaquecimento da demanda, deterioração da confiança dos agentes e contração da economia global “criou importante margem de ociosidade dos fatores de produção, que não deve ser eliminada rapidamente em um cenário de recuperação gradual da atividade econômica”.
No cenário de referência do documento do BC, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009 subiu de 4% para 4,1%. No documento, a projeção desse mesmo cenário para o ano de 2010 foi em trajetória contrária e caiu de 4% para 3,9%. O cenário de referência é baseado em projeções que levam em conta a manutenção da taxa Selic em 9,25% ao ano e com o câmbio em R$ 1,95. Em março, quando havia sido feita a estimativa anterior, a previsão levava em conta a Selic estável em 11,25% e o câmbio a R$ 2,35. O BC chama a atenção para a persistência do risco de alta da inflação.