Os investimentos da China no Brasil podem ultrapassar US$ 40 bilhões até 2014. Nos últimos três meses, o interesse das empresas chinesas pelo País é dez vezes maior do que nos últimos três anos. A previsão e a constatação são de Lawrence Chia, sócio líder de fusões aquisições do bloco Ásia-Pacífico da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu.
Pela primeira vez no mês passado, ele e Timothy Klatte, diretor do Chinese Services Group da companhia, passaram cinco dias no Brasil e três na Argentina, incumbidos por empresas chinesas de buscar oportunidades de negócios de fusões e aquisições nesses dois países.
Chia observa que a sua projeção de investimentos no Brasil não está superestimada. Só o fundo soberano do governo chinês, o China Investment Corp (CIC), o maior investidor em fusões e aquisições e que só coloca o capital em negócios fora da China, tem US$ 500 bilhões para gastar. Esse fundo já fechou 46 negócios em menos de um ano e deve concluir mais 100 novos investimentos nos próximos dois anos.
Além disso, acrescenta Chia, há hoje cerca de US$ 200 bilhões de investimentos para fora do país pré-aprovados pelo ministério do comércio exterior da China. Com isso, ao todo, há disponível cerca de US$ 700 bilhões para investimento externo.
Ricardo Carvalho, sócio da consultoria no Brasil da área de fusões e aquisições, lembra que o Brasil está entre os cinco países prioritários para os investimentos chineses. A explicação para essa relevância é que o Brasil é uma dos países mais bem dotados de recursos naturais, tem grande escala de produção e estabilidade econômica.