O economista-chefe de Investimentos do Private Banking do Grupo Santander Brasil, Odair Abate, afirmou nesta quinta-feira que o rating do Brasil pode ser elevado novamente pela Moody”s ao longo de 2010. Na visão do executivo, a perspectiva positiva concedida à nota do País em setembro passado, quando o Brasil foi alçado à condição de grau de investimento, e os “consistentes fundamentos” da economia nacional são fatores que podem contribuir para que o Brasil assuma a condição de segundo país mais atrativo da América Latina.
“O Brasil está hoje dois patamares abaixo do (rating) mexicano, mas como há a chance de o México perder status, o Brasil pode se tornar o segundo país com melhor classificação na região”, explicou Abate, que participou nesta quarta-feira de evento promovido pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). A possibilidade de o rating mexicano ser revisto está associada à forte dependência do país em relação à economia norte-americana.
Caso isso ocorra, o Brasil ficaria atrás apenas do Chile entre os destinos mais atrativos de investimentos na região. Neste caso, comenta Abate, o porte econômico do Brasil pode ser um diferencial importante em relação à economia chilena.
Durante a apresentação a executivos do setor de embalagens, Abate se mostrou otimista em relação ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e da bolsa brasileira ao longo de 2010, mas fez ressalvas. “O Brasil tem dificuldades razoáveis a superar”, alertou.
A principal preocupação do executivo está relacionada à baixa taxa de investimentos do País. “O nível de investimentos no Brasil precisar alcançar 20% a 21% do PIB para garantir um crescimento médio da economia entre 4,5% e 5%”, afirmou. Na prática, isso significa necessidades de investimentos superiores a R$ 700 bilhões por ano, que devem ser direcionados principalmente a projetos em infraestrutura, informou.
CEPAL. A recuperação econômica na América Latina será mais rápida que o previsto, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), que antecipou para 2010 uma expansão regional de 4,1%, liderada pelo Brasil. “A recuperação das economias da América Latina e do Caribe após a crise internacional será mais rápida que o previsto há alguns meses”, afirmou a Cepal, organismo subordinado à ONU, ao entregar em Santiago seu balanço anual das economias latino-americanas.
“O pior da crise ficou para trás”, afirmou a secretária-geral do organismo, a mexicana Alicia Bárcena. “Os motores do crescimento se acenderam novamente, mas não sabemos até quando o combustível vai durar”. acrescentou, ao apresentar o relatório em entrevista à imprensa.
A Cepal disse que “ainda há dúvidas sobre se esta retomda vai ser duradoura”, devido ao fato de o cenário externo gerar incerteza e poder afetar as expectativas de crescimento da região. O Brasil, a maior economia da região, liderará o crescimento regional no próximo ano, com uma expansão de 5,5%, seguido do Peru e Uruguai (5%) e Bolívia, Chile e Panamá (4,5%).
A Argentina crescerá 4%, enquanto que o México registrará crescimento 3,5%, como a Costa Rica e a República Dominicana.