Na disputa por votos dos evangélicos, Jair Bolsonaro (PSL) segue a estratégia, exposta no debate da Band, de atrelar a candidata da Rede, Marina Silva, a uma agenda \”não cristã\”. Presidente do PSL e coordenador da campanha do deputado, Gustavo Bebianno chamou a ex-ministra de \”cristã fajuta\”.
\”Ele é um cristão verdadeiro, defendendo os verdadeiros cristãos. Ela (Marina) é uma cristã de araque\”, disse o presidente do PSL. \”Marina Silva falou que aborto e maconha têm que ser resolvidos via plebiscito. Eu acho que não\”, afirmou Bolsonaro, na mesma ocasião.
Além de Marina e Bolsonaro, outros presidenciáveis buscam uma aproximação dos evangélicos. Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), por exemplo, colocaram as igrejas em suas agendas já na largada da campanha. A receita é conhecida: os postulantes ao Planalto são recebidos por pastores no púlpito, discursam e distribuem brindes para os fiéis.
O Estadão/Broadcast acompanhou nas últimas semanas o esforço de campanha em algumas das principais igrejas do País. Na semana passada, Alckmin visitou a Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, ao lado do candidato tucano ao governo de São Paulo, João Doria. Foram recebidos pelo deputado e candidato à reeleição José Olímpio (DEM-SP), ligado à igreja. \”Agora o líder maior abençoou, Deus lá em cima e o apóstolo aqui\”, disse Olímpio.
Em outra Assembleia de Deus, a do Ministério Belém, o pastor José Wellington Bezerra da Costa recebeu Meirelles, em julho, para um culto. Disse no púlpito que o emedebista tem \”potencial\” para ser o próximo presidente. Com a Bíblia na mão, o presidenciável subiu ao púlpito ao lado do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca, membro da igreja. Ao falar para os fiéis, Fonseca leu dois textos da Bíblia em que há orientações sobre orar pela cidade e pelas autoridades. \”Como líderes, nós temos obrigação de orientar e dizer quem são os candidatos que entendemos ser o melhor para o Brasil\”, disse o ministro, acrescentando que não costuma falar de política no púlpito.
Meirelles discursou por dez minutos, e disse ter os mesmos princípios morais dos evangélicos. Pediu oração por ele e pela economia do País. \”Com os princípios certos, com a determinação que é trazida pela oração, pela fé, nós vamos construir o Brasil que todos sonhamos\”, afirmou o emedebista.