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18 de abril de 2024Executivo criará oito diretorias e reforçará escritórios regionais da telefônica
Depois de dez anos no comando da Oi (ex-Telemar), Luiz Eduardo Falco se prepara para deixar a supertele no fim deste ano. Mas, até lá, o executivo conduzirá o processo de reestruturação na companhia. Hoje, Falco anuncia o início das mudanças na estrutura da direção da empresa, maior companhia do setor de telecomunicações do Brasil. O objetivo é iniciar um novo ciclo de crescimento, após a compra da Brasil Telecom (BrT).
O anúncio, que acontece pela manhã em um hotel em Ipanema, terá a presença de 80 diretores da supertele. De acordo com uma fonte ligada à Oi, o novo desenho já está sendo feito há cinco meses. O contrato de Falco vence no dia 31 de dezembro. A empresa ainda não escolheu um sucessor, mas já contratou consultorias brasileiras e internacionais, como a Russel Reynolds Associates, para encontrar um nome.
– A ideia é que Falco fique até dezembro e conclua todo esse processo de transição que está ocorrendo. Até lá, os controladores vão escolher um sucessor. Falco está há dez anos no setor. Ele queria sair já há algum tempo e acha que é preciso encerrar um ciclo – disse a fonte.
Executivos da PT não estão cotados para novos cargos
O pontapé inicial desta nova fase da Oi foi a chegada de Francis James Leahy Meaney, ex-presidente da Contax, cujos controladores são os mesmos do Grupo Oi, para assumir o recém-criado cargo de diretor de Operações, que, na estrutura, está apenas abaixo de Falco. Meaney assumiu formalmente a posição no dia 3 deste mês.
Pelo novo desenho, haverá a criação de oito diretorias, que serão subordinadas ao diretor de Operações. São elas: Atacado, Varejo, Empresarial (voltada para pequenas e médias empresas), Key Account (para grandes corporações), TV, Tecnologia da Informação e Rede e Engenharia, além de Relacionamento com Cliente. Parte desses diretores, que trabalham em outras empresas do setor no país, já foi escolhido.
Mesmo com a entrada da Portugal Telecom (PT) no capital da Oi, não está prevista, por enquanto, a entrada de executivos lusos na operadora. A PT terá até 25,6% das ações da Oi. Para isso, vai investir até R$8,3 bilhões na empresa até o fim de março. O negócio se estendeu ainda às empresas de atendimento ao cliente (call center) das duas companhias: a Contax, da Oi, incorporou a Dedic, da PT
Nome do sucessor será decidido no segundo semestre
Além disso, a empresa pretende reforçar sua presença local, com a criação de representantes Institucionais e de Negócios em cada Estado:
– A empresa tinha essa força regional no passado. Mas, depois, a gestão foi centralizada – afirma a mesma fonte.
A saída de Falco ainda não é amplamente discutida na empresa, até porque é ele quem está à frente da reestruturação. O nome do sucessor só entrará na pauta no segundo semestre.
Falco entrou na Oi após passar 20 anos na TAM. Chegou à então Telemar em meados de 2001, para comandar a criação do que seria a Oi Móvel, em 2002. Em 2004, quando a Oi Móvel foi incorporada pela Telemar Fixa, Falco foi promovido a diretor-superintendente.
Mas foi em 2006 que Falco deu seu maior passo na companhia e assumiu a Tele Norte Leste Participações, dona da Oi. Entrou no lugar de Ronaldo Iabrudi, com quem, dizem pessoas próximas aos dois, não mantinha um bom relacionamento.
Empresa pode levantar até R$14,2 bi
Capitalização foi feita para absorver Portugal Telecom na estrutura da Oi
A capitalização do Grupo Oi, que será feita para absorver a entrada da Portugal Telecom (PT) em sua estrutura acionária, pode movimentar até R$14,2 bilhões, se todos os acionistas minoritários participarem do processo, algo que especialistas do setor consideram improvável.
O grupo controlador, porém, já garantiu, no mínimo, R$6,1 bilhões, em dinheiro novo, durante esse processo. Desse valor, a holding controladora, a Telemar Participações, vai destinar, no mínimo, R$1,3 bilhão para a capitalização da Tele Norte Leste Participações (TNLP). Além disso, a TNLP vai receber ainda mais R$1,6 bilhão dos portugueses. Esse é o valor mínimo e assegurado pelos controladores. Por sua vez, a TNLP vai repassar parte do dinheiro para a Telemar Norte Leste (Tmar).
A ideia é que a Tele Norte Leste Participações tenha capitalização de até R$12 bilhões, se levar em conta que todos os minoritários irão participar do processo. Só a PT vai destinar outros R$3,2 bilhões. A empresa vai usar parte desse dinheiro para a capitalização da Telemar Norte Leste. Mas como a TNLP tem 82% da Tmar, apenas R$9,8 bilhões serão repassados para a Tmar. Ou seja, R$2,2 bilhões ficam no caixa da TNLP.
Na Telemar Norte Leste, a capitalização também chegará a R$12 bilhões – sendo R$9,8 bilhões que virão da TNLP e R$2,2 bilhões dos minoritários. Com isso, a capitalização do grupo pode movimentar ao todo R$14,2 bilhões.
Mas os valores vão depender de qual vai ser a participação dos minoritários no processo. Dependendo do resultado, a Telemar Participações pode aportar até R$2,25 bilhões na TNLP. E a TNLP pode aportar até R$10,3 bilhões na Telemar Norte Leste (dependendo se houver sobras).
– Mas faltou a empresa anunciar mais detalhes da operação. Sem dar mais informações, os minoritários ficam sem saber se vale a pena entrar no aumento de capital. A ideia, no entanto, é justamente essa. Os controladores não querem uma grande adesão, pois assim vão, ao fim desse processo, ter uma fatia maior nas empresa do grupo. A capitalização não irá chega a R$12 bilhões – afirmou um analista do setor que preferiu não se identificar.
Acionistas poderão exercer preferência até 24 de março
Os acionistas da companhia terão até o dia 24 de março para exercer os seus direitos de preferência na subscrição das ações, bem como para manifestar o interesse pelas sobras, informou a Oi em comunicado.
A entrada da PT na Oi foi anunciada em agosto do ano passado. Mas o contrato entre as duas empresas foi assinado apenas seis meses depois. Com o novo desenho, os portugueses terão, entre ações diretas e indiretas, uma fatia de até 25,6%. Na Telemar Participações, os portugueses terão 12,1% dos papéis – número que superou os 10% inicialmente previstos. Porém, o controle da empresa permanece com a AG Telecom, de Sérgio Andrade, e com La Fonte, de Carlos Jereissati, que, juntas, têm 38,70%.
Com a chegada dos portugueses, a posição do governo, via BNDES e fundos de pensão, foi reduzida. O BNDESPar vendeu parte de suas ações, passando de 16,89% para 13,08%. O mesmo aconteceu com a Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), cuja fatia caiu de 12,95% para 9,69%. Petros (da Petrobras) e Funcef (da Caixa Econômica Federal) reduziram suas posições de 10% para 7,48% cada.
No processo, a PT ainda se tornou sócia da AG Telecom e da La Fonte, com 35% das ações em cada uma das empresas.