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18 de março de 2013Em meio a questionamentos sobre o gigantesco programa de investimentos da Petrobras (PETR3, PETR4) e as dificuldades em financiá-lo, o conselho de administração da estatal se reunirá nesta sexta-feira (15).
Em contato com o Portal InfoMoney, a empresa diz que a agenda da reunião não é pública, mas a equipe de análise do Santander diz que os conselheiros discutirão o Plano de Negócios 2013-2017. Se aprovado, um resumo com os pontos principais do plano deverá ser anunciado depois do fechamento, completa o Santander, em relatório assinado por Vicente Falanga Neto. O foco do plano deve ser a financiabilidade dele, escreve.
Entretanto, a discussão do plano de negócios 2013-2017 na reunião não é consenso no mercado. Lucas Brendler, analista da Geração Futuro, diz que é provável que o plano seja discutido, mas até o momento a possibilidade está apenas no campo da especulação.
E, caso o plano de negócios seja realmente discutido, é difícil prever o que será apresentado ao mercado, avalia. “O cenário que se tem hoje é totalmente sem clareza à frente”, alerta Brendler. Ele diz que entre os principais pontos de interrogação no cenário da estatal estão os novos aumentos dos combustíveis, a evolução do programa de desinvestimentos e os projetos em avaliação que podem entrar na carteira da petrolífera.
O plano atual, para o período de 2012 a 2016, foi divulgado em junho do ano passado e prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões. Destes, US$ 27,8 bilhões se referem a projetos em fase de avaliação.
Na época, a empresa pregava a disciplina de capital nos projetos e dizia levantar os recursos principalmente via emissão de dívidas. Com necessidades de captação de US$ 16 bilhões a US$ 18 bilhões por ano, ela também ampliou o programa de desinvestimentos para US$ 14,8 bilhões.
Falanga Neto, analista do Santander, acredita que o novo plano não deve trazer um ajuste significativo nas metas operacionais – atualmente, a meta de produção é de 3,3 milhões de barris de óleo equivalentes por dia, sendo 3,0 milhões no Brasil – nem no programa de investimentos ou nos projetos em fase de avaliação. O foco será, portanto, na financiabilidade do plano, “o que abre a possibilidade para um aumento nas metas de endividamento”, diz.
Taxa de câmbio mais realista
Esse ajuste aconteceria basicamente por conta da atualização da taxa de câmbio. O câmbio de longo prazo usado pela empresa é de R$ 1,73, mas o analista acredita que a estatal fará um ajuste para níveis mais realistas – atualmente, a cotação do dólar está a R$ 1,95. Um real mais fraco afeta a dívida da empresa, já que 70% de seu endividamento é atrelado ao dólar, completa o analista.
A regra atual de endividamento prevê um índice dívida líquida/Ebitda de 2,8 vezes, e dívida líquida/capital líquido de 30%, após elevar as metas iniciais justamente por conta da desvalorização cambial.
Como Falanga Neto não estima um aumento no programa de desinvestimentos e no consumo de caixa, as alternativas para a estatal se financiar passam por uma forte geração de caixa e pela emissão de dívidas. Mas como a primeira opção depende de variáveis muito incertas, como a paridade dos preços e o programa de corte de custos – que ainda não está claro se será incluído no plano de negócios -, o analista não decarta um aumento nas emissões de dívida, que no plano atual somam US$ 180 bilhões.
O analista também alerta que os níveis de dívida continuarão quebrando os limites de endividamento se nenhuma premissa for mudada. Mas, se a empresa buscar a paridade dos preços dos combustíveis, uma taxa de câmbio de R$ 2,00 e o programa de redução de custos de R$ 32 bilhões até 2016, a situação melhora significativamente. “Neste cenário, seria possível que a empresa não elevasse suas metas de endividamento”, conclui.
