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18 de abril de 2024Após registrar crescimento médio de 11% ao ano entre 2008 e 2012, o consumo das famílias brasileiras tende a se manter num ritmo menos acelerado até 2018, concluiu estudo da empresa de inteligência de mercado Mintel. A expectativa é de alta de em média 7,2% ao ano. Em relatório sobre o estilo de vida dos brasileiros, a Mintel concluiu ainda que as famílias estão mudando seu perfil de consumo. Depois de um período de crescimento nas vendas de bens duráveis, como itens de linha branca, agora a cautela é maior.
“Nos últimos anos os incentivos econômicos para o consumo doméstico foram muito fortes, mas em 2013 o consumidor perdeu esses incentivos e a redução no consumo foi muito evidente”, comenta a analista de estilo de vida e autora do estudo, Sheila Salina. Ela ainda destaca o alto endividamento das famílias e a menor oferta de crédito como fatores negativos.
Com isso, gastos com transporte e moradia, que foram mais incentivados em anos anteriores, estão na lista dos que menos devem crescer nos próximos cinco anos, segundo a Mintel. “O brasileiro gastou o dinheiro que tinha e o que não tinha com itens para casa como reformas, móveis e eletrodomésticos, além do financiamento da casa”, pondera a analista. “Bens duráveis nos próximos anos não vão ter grande compra, a menos que haja novo incentivo econômico, o que não acreditamos que vá acontecer”, avaliou. Já em 2013, 35% de um universo de 1,5 mil pessoas entrevistadas pela Mintel afirmaram que gastaram menos com reformas e móveis do que em períodos anteriores.
A pesquisa conclui que o consumidor brasileiro chegou a uma nova fase. Depois de se endividar com compras de alto valor, deve também evitar as chamadas “compras por impulso”. “Por mais que a loja dê incentivo, será difícil esse consumo acontecer”, diz Sheila. Com isso, setores como vestuário e cosméticos, após forte expansão, tendem a apenas manter o ritmo de crescimento conquistado nos últimos anos, conclui.
Apesar da desaceleração nas vendas de bens duráveis, varejistas de eletroeletrônicos podem se beneficiar de outra tendência. A principal delas é a expectativa de crescimento acelerado na venda de itens de tecnologia, como smartphones e tablets. Entre 2008 e 2013, as vendas do mercado de tecnologia e comunicação cresceram 120% no Brasil, chegando a R$ 119 bilhões no ano passado, de acordo com a Mintel. A projeção é de mais 85% de crescimento até 2018, chegando a R$ 220 bilhões.
Sheila associa o crescimento dessa categoria a um novo perfil de consumidor: jovens adultos ainda solteiros, que demoram mais para casar e formar uma família. Na avaliação dela, estas pessoas veem na tecnologia uma forma de lazer e têm colocado estes gastos entre suas prioridades. A perspectiva de crescimento forte nos próximos anos está ligada justamente ao crescimento dessa nova geração de adultos.
A mesma lógica deve contribuir para o crescimento nas vendas de bebidas alcoólicas, especialmente o consumo fora do lar. A Mintel prevê aumento de 96% nas vendas da categoria para consumo fora do lar até 2018, chegando a R$ 90 bilhões. A expectativa é de aumento da frequência de compra de consumidores e também dos preços pagos, uma vez que cresce a demanda por cervejas importadas, vinhos e espumantes.