O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, apresentou cenário favorável aos países em desenvolvimento, em meio à incerteza em relação ao futuro da economia mundial, devido à crise nos países europeus e nos Estados Unidos, durante a quarta edição do Simpósio Econômico Global, em Kiel, norte da Alemanha. Segundo nota distribuída pela assessoria de imprensa da Petrobras, Gabrielli afirmou que são os países em desenvolvimento que irão manter em crescimento a demanda por petróleo e o PIB mundial.
“Houve queda no consumo de petróleo nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. No entanto, o mercado cresceu de 83 milhões de barris por dia para 87 milhões nos últimos cinco anos. Este crescimento veio da China, Brasil, Índia, África e toda a América do Sul”, disse.
Ainda conforme o comunicado, Gabrielli disse que a mudança na geografia da demanda por petróleo está causando transformações em todos os segmentos da indústria, com reflexos no parque de refino mundial e nas operações de logística e transporte. “O investimento em refino está crescendo na China, no Brasil, no Oriente Médio e na Índia, enquanto cai na Europa, Japão e Estados Unidos.”
O presidente da Petrobras destacou também a necessidade de prover com energia os novos consumidores que emergem nos países em desenvolvimento, sem, no entanto, descuidar da questão ambiental. “Eficiência energética é a única resposta para lidar com um crescimento na demanda por energia, ao mesmo tempo em que estamos enfrentando as mudanças climáticas”, disse.
Segundo Gabrielli, iniciativas como a utilização de eletrodomésticos mais eficientes, redução do tempo gasto em engarrafamentos nas grandes cidades e diminuição do peso de carros poderiam gerar um ganho de energia maior do que a produzida atualmente a partir de fontes alternativas, como energia eólica, solar, geotérmica e de ondas.
Projetando um mercado ainda dependente do petróleo no longo prazo, Gabrielli citou os biocombustíveis como uma alternativa para o mundo. “No futuro, vão cumprir um importante papel no transporte, substituindo a gasolina, como ocorre no Brasil”, comparou.
O Simpósio Econômico Global (Global Economic Symposium – GES), promovido pelo Instituto Kiel para a Economia Global, reuniu lideranças da área política, de negócios, da academia e da sociedade civil, em busca de soluções para os problemas socioeconômicos mundiais. O evento contou com a parceria da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A próxima edição do GES ocorrerá no Rio de Janeiro, em 2012. (Equipe AE)