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18 de abril de 2024Os líderes mundiais deveriam prestar atenção imediata à obtenção de um consenso em torno da criação de um sistema de reserva global que substituiria o dólar como principal moeda internacional, conforme relatado ontem à Assembleia Geral das Nações Unidas. A recomendação, apresentada por um comitê consultivo criado pelo organismo mundial de 192 países-membros, veio no rastro de uma proposta apresentada pela China nesta semana, que defende a prorrogação do prazo de uso dos direitos especiais de saque (SDR, na sigla em inglês) por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a futura substituição do dólar como moeda de reserva do mundo.
A Rússia entrou no crescente debate propondo uma conferência composta por representantes de governos e especialistas que teria o objetivo de elaborar acordos internacionais em torno de uma nova arquitetura financeira e monetária global.
Andrei Denisov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, falou em uma reunião da Assembleia Geral: “A situação atual exige novas soluções coletivas acertadas no nível internacional”. Falando para a agência de notícias “RIA”, ele acrescentou que esta proposta está dirigida à implantação prática da ideia em torno de uma nova unidade contábil mundial ou uma nova moeda global. “Esta é uma questão que deve ser discutida para se obter um consenso.”
Joseph Stiglitz, economista dos EUA ganhador do Prêmio Nobel, que preside o comitê consultivo da ONU, disse que a reforma do sistema de reserva do mundo já deveria ter sido feita há muito tempo. No contexto da crise financeira atual, o sistema baseado no dólar significou que países pobres estavam emprestando aos países ricos a taxas de juros de virtualmente zero, em vez de usarem as suas reservas para estimular as suas próprias economias.
Ele disse à assembleia geral que a instabilidade financeira havia obrigado os países em desenvolvimento a acumular reservas em dólar para se protegerem contra as turbulências. A consequência, porém, foi amarrar trilhões de dólares que poderiam ser gastos em ajudá-los a combater os piores aspectos da crise financeira.
“O sistema atual contribui para a instabilidade global, contribui para a insuficiência da demanda agregada global”, disse Stiglitz. O sistema de reserva baseado no dólar foi prejudicial para as economias do mundo e foi prejudicial para os EUA. “O sistema de reserva global esteve se exaurindo por um longo tempo. É difícil ser uma moeda de reserva sólida quando essa moeda é extremamente volátil”, ele disse. Reinava uma grande incerteza devido ao tamanho do balanço patrimonial do Federal Reserve (banco central dos EUA) e da dívida dos EUA.
O relatório da ONU, que representa as suas conclusões preliminares na véspera do encontro de cúpula do G-20, composto pelos países avançados e em desenvolvimento, que ocorrerá na próxima semana em Londres, e de um encontro de chefes de governo a ser realizado na ONU em junho, diz que o novo sistema global poderia ser baseado em SDRs muito expandidos. O novo sistema poderia “neutralizar o risco de uma queda veloz no valor da mais importante moeda de reserva, de aniquilar fundos de reserva arduamente obtidos”.
O relatório descartou como sendo igualmente instável a alternativa de um sistema de reserva de múltiplas moedas, em cuja direção ele afirmou que o mundo parecia estar se movendo.
Tim Geithner, o secretário do Tesouro dos EUA, disse na quarta-feira que estava aberto a expandir o uso dos direitos especiais de saque do FMI. Os investidores primeiramente interpretaram suas observações como um endosso da proposta da China, e o dólar caiu antes de Geithner esclarecer suas observações, dizendo que esperava que o dólar continuasse sendo a moeda de reserva dominante do mundo.
Barack Obama, o presidente dos EUA, definiu o dólar como “extraordinariamente sólido”, porque os investidores manifestavam confiança na capacidade dos EUA de liderarem uma recuperação em todo o mundo.
Ao rejeitar apelos por uma nova moeda global, ele disse: “Existe uma grande dose de confiança de que, no final das contas, apesar de estarmos atravessando um mau bocado, as perspectivas para a economia mundial sejam muito, muito robustas”.