Sem embaixador dos Estados Unidos desde meados do ano passado, o novo representante norte-americano será oficializado nesta semana. Na quinta-feira (4) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe as credenciais do novo embaixador, Thomas Shannon. Por quase oito meses, o Senado norte-americano protelou a aprovação do nome de Shannon por falta de consenso entre republicanos (oposicionistas) e democratas (governistas).
Shannon foi indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ainda quando ocupava a Subsecretaria do Departamento de Estado para as Américas. A indicação ocorreu em maio do ano passado, mas só em 24 de dezembro de 2009 houve a aprovação. Ele substitui Clifford M. Sobel, que deixou o Brasil em meados de 2009 e foi indicado para a função pelo ex-presidente George W. Bush.
Para o governo brasileiro, a escolha de Shannon para comandar a Embaixada dos Estados Unidos é motivo de comemoração pois ele é um dos melhores representantes da diplomacia norte-americana. Como no passado ele trabalhou como assessor da embaixada em Brasília (de 1989 a 1992), o novo embaixador conhece bem o Brasil.
Em um português fluente, Shannon disse, ao chegar ao Brasil no último dia 8, que sua prioridade é aprofundar as relações com o governo brasileiro e elaborar uma agenda comum para o século 21. “É um grande prazer estar de volta aqui no Brasil. É um país muito importante para nós. Vamos começar a trabalhar, aprofundando a parceria para o século 21”, afirmou.
Shannon tem experiência diplomática em lidar com situações de crise. Ele trabalhou nas embaixadas dos Estados Unidos na Venezuela – país que mantém uma tensa relação com os EUA – e África do Sul, exatamente no período das negociações pelo fim do apartheid (regime de segregação racial).
A demora na aprovação do nome de Shannon foi provocada pelas divergências na política interna norte-americana. Os vetos ao seu nome – retirados posteriormente – foram dos senadores republicanos Jim DeMint e George LeMieux. Os dois parlamentares discordavam das posições assumidas por Shannon na condução das negociações em busca de um acordo para o fim da crise política em Honduras.