O diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior, declarou ontem que o Brasil está entre os países com melhores condições de enfrentar a atual crise internacional. O economista, que teve uma reunião ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que apenas a China esteja em melhor situação do que o Brasil no rol dos países emergentes que compõem o Bric (os outros dois são Rússia e a Índia).
A declaração de Paulo Nogueira foi dada um dia depois do anúncio de encolhimento do PIB brasileiro no quarto trimestre, com uma queda de 3,6%, o que leva alguns analistas a projetarem recessão em 2009. O diretor do FMI afirma que não debateu com Lula a queda do PIB, mas acha que o aprofundamento da crise internacional ainda encontrará o Brasil com uma condição mais sólida economicamente. “Isto permite ao país ter prestígio no cenário internacional e condições de exercer uma liderança entre os emergentes”. Ambos conversaram sobre a visita de Lula a Washington e o encontro que terá com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Paulo Nogueira declarou ainda que o Fundo Monetário Internacional está concluindo um estudo para reformular sua atuação dentro do cenário atual. O novo formato deverá ser apresentado na reunião do G-20, marcada para Londres no início de abril. Segundo ele, uma das principais mudanças envolverá as linhas de financiamento para países que tiverem sólidos fundamentos macroeconômicos. “Estamos estudando para que o nosso sistema de empréstimo seja mais flexível mas também mais seletivo em suas condicionalidades”.
Segundo o economista, a intenção é criar um desembolso automático para apoiar a balança de pagamento dos países, sem a necessidade de vinculação com algum projeto específico.