Os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird) elogiaram nesta quarta-feira (21) o sistema financeiro nacional, considerando-o estável e com níveis baixos de risco. Eles integram a missão do Programa de Avaliação do Setor Financeiro (FSAP, na sigla em inglês),que visita o país desde o dia 6 de março. Para eles, o principal desafio do governo é transformar o perfil atual de investimentos, concentrados no curto prazo, para algo mais sustentável, de médio e longo prazos.
O FSAP foi criado em 1999 e tem o objetivo de fazer uma análise aprofundada do setor financeiro de um país, feita a cada cinco anos, a pedido de seu governo. Ele também atua como um instrumento de vigilância do FMI. Segundo o diretor assistente do Departamento de Política Monetária de Vigilância Financeira e de Mercados de Capital do FMI, Dimitri Demekas, o programa avalia ainda a estabilidade e o índice de desenvolvimento financeiro do país.
Demekas disse que a solidez do sistema financeiro do Brasil e a “política bastante efetiva e energética do Banco Central” fizeram com que o país lidasse muito bem com a última crise financeira mundial e saísse dela rapidamente. Entre os “amortecedores de choques externos” que mais têm contribuído para essa estabilidade, ele citou a taxa de câmbio flexível e os altos níveis de reservas internacionais
Para o economista-chefe do Bird para a América Latina, Augusto de la Torre, “o Brasil se tornou muito mais robusto” do que há dez anos, e “o mercado de dívida do governo se tornou muito bem comportado”. Ele chamou a atenção, no entanto, para um desafio que o país precisa enfrentar. “Boa parte do mercado financeiro do Brasil está em investimentos de curto prazo, o que impede que se passe para uma perspectiva de médio prazo”.