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18 de abril de 2024O investidor brasileiro é, antes de tudo, um otimista. Ele confia num crescimento ainda robusto do país em 2009, numa taxa de câmbio relativamente estável e na superação da crise no prazo de aproximadamente dois anos. Esta foi a conclusão de uma sondagem realizada pelo professor e diretor do curso de Relações Internacionais da ESPM-RJ, Alexandre Espírito Santo, que também é economista-chefe do escritório de aconselhamento financeiro Way Investimentos.
O levantamento não tinha a pretensão de ser um estudo científico. Buscava apenas medir as expectativas de professores, profissionais do mercado financeiro, alunos, executivos de empresas e profissionais liberais. Para isso, Espírito Santo encaminhou 72 e-mails com três perguntas: Em sua visão, a taxa de câmbio ao longo de 2009 ficará mais próxima de R$ 2 ou R$ 3? Em sua visão, o Brasil crescerá em 2009 mais próximo de 2% ou 3%? Na sua opinião, a crise mundial será superada num período mais próximo de dois ou três anos?
A idéia era que a pessoa que fosse responder só tivesse o trabalho de colocar os números, que fosse algo fácil e rápido de responder, conta o economista. A primeira surpresa apareceu nas respostas: apesar de ter enviado 72 e-mails, ele recebeu 84 respostas, pois um amigo encaminhou a mensagem para outro e, no fim, mais pessoas acabaram participando da sondagem do que o inicialmente previsto. \”Evidentemente que esse número de respostas não é uma enormidade, mas dá a direção do que eu queria, que era ver se havia coerência nas expectativas ou não\”, diz Espírito Santo.
O resultado mostrou que 60% dos participantes confiam num crescimento perto de 3% neste ano. A grande maioria – 62,2% – acredita que o país terá ao longo de 2009 uma taxa de câmbio mais próxima de R$ 2 do que de R$ 3. E com relação à crise, 54,2% avaliam que ela será superada em pouco mais de dois anos, mas precisamente dois anos e cinco meses.
\”Na minha visão, o retrato desta consulta informal mostra que o mercado esperar uma queda da Selic em breve faz sentido, mesmo sem abrir mão do arcabouço macroeconômico, como o sistema de metas de inflação, por exemplo\”, diz o professor. \”Só uma queda maior da Selic permitiria um câmbio mais próximo de R$ 2 e um crescimento um pouco maior que o projetado por boa parte dos economistas\”, diz.
Apesar do otimismo, na visão de Espírito Santo, na atual conjuntura de crise, faria mais sentido responder um câmbio mais perto de R$ 3, crescimento econômico na casa de 2% e superação da crise mundial em um período mais próximo de três anos. \”Apesar de o mercado ter melhorado em dezembro, esta é uma crise séria, de proporções imprevisíveis\”, diz. \”Um crescimento mais próximo a 3% e câmbio a R$ 2 neste ano só se viabilizariam se houver uma queda maior da taxa Selic, que mercado deve começar a projetar para 11,5% ou 11% para o fim do ano\”. O professor, no entanto, optou por se abster e não fez parte do levantamento.
Interessante notar, segundo ele, que o grupo mais pessimista – câmbio mais perto de R$ 3 e crescimento mais próximo de 2% – foi o de profissionais que trabalham no mercado financeiro (57%), seguido de 28% de professores, que são mais otimistas, junto com gestores de empresas. Pelos números, 80% dos profissionais liberais estão otimistas.
Para Espírito Santo, a desaceleração da economia chinesa é a grande incógnita para este ano e deve ser monitorada de perto. Alguns economistas estimam que a China passará por um \’hard landing\’ (pouso forçado), passando de um crescimento de 11% para 6%, o que, apesar de ainda ser um nível alto, é uma queda importante. \”E se o crescimento na China tiver uma queda dessa magnitude, o Brasil passará por problemas em suas contas externas e isso irá pressionar o câmbio\”, diz o professor.
Na visão do economista, será possível ver o quão maduro está o mercado de capitais brasileiro, após um período tão próspero como foi o dos últimos cinco anos. \”O mercado vai ter de passar por essa crise cuja magnitude ainda não se viu\”, avalia ele, lembrando que o volume de investimentos estrangeiros deve continuar baixo em 2009. \”Não é para se esperar um enxurrada de recursos lá de fora, já que, assim como muitos papéis da bolsa brasileira estão baratos, muitos ativos também ficaram atrativos no exterior\”, diz.