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27 de setembro de 2010Ministro diz que Fundo Soberano está pronto para ser usado a qualquer momento e garante que compra de moeda norte-americana não visa controlar o câmbio, mas evitar distorções.
Após o mercado de câmbio se agitar com a possibilidade de o governo comprar dólares utilizando o Fundo Soberano Brasileiro (FSB), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar ontem que o mecanismo está completamente pronto para ser utilizado e que a qualquer momento o Tesouro pode determinar sua atuação.
Indagado sobre a avaliação feita no mercado de que a permissão para operar via FSB foi dada como uma forma indireta de intimidar o mercado e evitar uma sobrevalorização do real “no grito”, Mantega rebateu a argumentação. “Falo e faço. Isso vocês têm visto, mas faço com prudência e quando é necessário. Durante a crise, tomamos várias medidas bastante ousadas e inéditas, mas nós tomamos. Isso não significa que vamos dar tiro de canhão em formiga ou coisa parecida”, afirmou.
De acordo com o ministro, as compras serão determinadas pela secretaria do Tesouro Nacional, responsável por gerenciar o fundo, mas serão realizadas pelo
Banco Central, no papel de operador. Os recursos, ilimitados segundo a decisão tomada pelo conselho deliberativo do FSB, deverão vir do caixa do Tesouro. “Ninguém sabe exatamente quanto tem nesse caixa com exceção do próprio secretário do Tesouro Nacional (Arno Augustin), mas tem um caixa grande. Esse volume pode ser utilizado para essa finalidade”, disse. De acordo com Mantega, não há impacto no orçamento porque a operação consistirá em uma troca de moedas. “Você não está fazendo nenhum gasto, só trocando uma moeda para outra. É uma fonte adicional de compra.”
Especulação
Apesar de abrir um novo canal pelo qual o governo pode influenciar a taxa de câmbio, utilizando a própria dinâmica do mercado, o ministro garantiu que a intenção não é controlar o dólar e sim evitar distorções de preço e movimentos de especulação. “Às vezes o mercado quer tirar proveito de algumas situações ou há um movimento especulativo. Nesse mercado (de câmbio) a gente sempre tem que ficar de olho.
Como estamos com uma operação grande em curso (capitalização da Petrobras), que tende a atrair capital externo, temos que ficar mais alertas para impedir que haja mais excessos”, lembrou.
Mantega minimizou a própria declaração em seguida. “Em matéria de câmbio, você não pode ser precipitado, porque é um mercado sensível. A gente estuda, olha e o que tem ocorrido é que não há exageros. Estamos aqui para coibir exageros, se houver.”
Durante a crise, tomamos várias medidas bastante ousadas e inéditas, mas nós tomamos. Isso não significa que vamos dar tiro de canhão em formiga ou coisa parecida”
Guido Mantega, ministro da Fazenda
As farpas atiradas ao mercado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, acabaram sustando um pouco a queda livre do dólar, diante das expectativas de entrada de divisas com o processo de capitalização da Petrobras. Após muitas oscilações, a moeda norte-americana encerrou a quarta-feira cotada a R$ 1,719 para compra e a R$ 1,721 para venda, em alta de 0,17%. Os analistas preveem que o preço, apesar das duas intervenções diárias do Banco Central, vai romper a barreira psicológica de R$ 1,70 e baixar para R$ 1,65.
“Foi apenas um correção depois que ele (Mantega) insistiu que o Fundo Soberano vai atuar a qualquer momento, por meio do Banco do Brasil”, disse um operador de mesa de câmbio. O desempenho da moeda americana foi tenso pelo mundo afora, pelo fraco desempenho da economia e o vacilante discurso do Banco Central americano. Durante o dia, enfraqueceu ante o euro, que bateu US$ 1,34, um dos maiores níveis desde abril. Ficou abaixo de 84,50 ienes, menor nível após a intervenção do governo japonês, na semana passada. E chegou às mínimas diante do franco suíço desde março de 2008.
A BM&FBovespa, puxada pelas ações da Vale, fechou na contramão dos mercados internacionais. O Ibovespa subiu 0,89%, nos 68.325 pontos, maior patamar desde 6 de agosto. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,2% e o Nasdaq perdeu 0,63%. As bolsas europeias também despencaram. A de Paris registrou baixa de 1,3%. A de Frankfurt se desvalorizou 1,08%. E a de Londres baixou 0,27%.
