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18 de abril de 2024Os ex-ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento, foram determinantes para que a Petrobras não publicasse o balanço com as perdas contábeis da corrupção. Ao longo da reunião de mais de 12 horas, os dois manobraram com todas as forças para que prevalecesse a decisão do Palácio do Planalto, de não escancarar o tamanho do rombo na estatal provocado pelo PT e pelos partidos da base aliada do governo de Dilma Rousseff._
Para os investidores, foi estratégico o Planalto manter Mantega e Miriam no Conselho de Administração da Petrobras no momento em que se debate se a empresa deve ou não assumir que superfaturou obras para abastecer partidos políticos. Uma mudança, agora, poderia expor sem dó as entranhas da companhia. Hoje, dos sete integrantes do Conselho nomeados pela União, cinco estão diretamente subordinados ao Planalto: Mantega; Miriam; a presidente da estatal, Graça Foster; o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; e o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
O governo até sondou possíveis executivos para o conselho, mas ninguém quis correr o risco de se envolver com um escândalo tão grande, que pode chegar a R$ 88,6 bilhões em perdas por pagamento de propinas, superfaturamento de obras e desvio de dinheiro. Há o risco de outros problemas surgirem e os novos nomes entrarem na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. A presidente Dilma chegou a afirmar que quer integrantes do setor privado no Conselho para substituir os ex-ministros. O objetivo é tentar recuperar um pouco de credibilidade no mercado. Os executivos, contudo, aguardavam a divulgação do balanço com as perdas contábeis para se manifestarem.
Nos EUA Mas a divulgação de um balanço não auditado sem as perdas contábeis com a corrupção tornou a Petrobras mais vulnerável às ações judiciais, que devem se multiplicar nos Estados Unidos. Além de exigir indenização pelos prejuízos, os investidores estrangeiros que compraram ações da petroleira na Bolsa de Nova York também estão reivindicando danos morais. Os custos, com multas e indenizações, serão bilionários e ameaçam o caixa da estatal.
O advogado André de Almeida, que faz parte do processo Class Action contra a Petrobras nos EUA, destacou que o prazo para adesão termina em 6 de fevereiro. “A decisão de não publicar as perdas deve aumentar o número de pessoas nessa ação. Já são milhares e as adesões são diárias. Todas as ações serão reunidas num mesmo processo em 6 de fevereiro”, explicou. Os investidores reclamam as perdas de mais de 50% no valor das ações de 2010 a 2014 e também danos morais por terem sido enganados.
“Os gestores da Petrobras não saberem o tamanho das perdas econômicas já é bastante grave. Não admitir que elas existem em seu balancete é ainda pior, pois segue na tática de divulgar números imprecisos, deixando os acionistas e credores no escuro”, ressaltou Almeida.