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18 de abril de 2024Levantamento do site de VEJA mostra que 33 dos 58 integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras já receberam doações de campanha de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A impressionante engrenagem financeira atingida pelas investigações expôs a estreita ligação entre grandes construtoras e políticos. De acordo com os investigadores, parte dos valores desviados da Petrobras era doada legalmente durante as campanhas. E, embora a simples doação não signifique que o político contemplado tenha cometido alguma irregularidade, a dimensão da lista de parlamentares beneficiados pelo setor chama a atenção.
Mais do que contabilizar o valor doado, o levantamento tem como objetivo mensurar a influência das empreiteiras entre os que integram a comissão que tem a missão de investigá-las. Por isso, a tabela priorizou os dados de 2014. No caso dos parlamentares que não foram beneficiados por uma dessas empresas na eleição deste ano, foi feita uma segunda checagem: a das finanças da campanha que garantiu a eles o atual mandato – em 2010 ou, no caso de alguns senadores, 2006.
A conclusão é essa: dezessete dos 31 titulares e dezesseis dos 27 suplentes da CPI receberam recursos dessas companhias. É uma bancada suprapartidária. Mas dois petistas parecem ser os preferidos das grandes construtoras. O senador José Pimentel (PT-CE) obteve 1 milhão de reais da Camargo Corrêa na eleição que lhe garantiu o atual mandato, quatro anos atrás. O parlamentar é líder do governo no Congresso. Também em 2010, o atual líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), recebeu 1 milhão de reais da Camargo Corrêa, 500.000 reais da OAS e 30.000 reais da Galvão Engenharia. São os maiores valores dentre todas as doações compiladas pelo site de VEJA.