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11 de novembro de 2009O mercado brasileiro já não está tão atrativo para o investidor internacional. Os retornos tendem a ser menores do que foram no último ano e é isso que deve ditar a reação do investidor à taxação de 2% sobre o capital estrangeiro implementada em outubro. A avaliação é do vice-presidente sênior da gestora americana AllianceBernstein, Jean Van de Walle, especialista em mercados emergentes.
“Para quem acha que o Brasil está caro, a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) tende a ter um impacto mais negativo; para quem acha que está barato, a medida tem pouca importância”, disse o executivo, em entrevista ao Valor, de Nova York. Isso vale especialmente para a bolsa de valores e, segundo Walle, explica as críticas de investidores ao governo brasileiro de taxar a aplicação em ações, uma vez que essa é uma importante alternativa de financiamento para empresas.
A medida, na visão do gestor, é mais legítima para mercados onde o potencial de retorno é maior. Caso da renda fixa. “Os juros no Brasil ainda são altos em relação ao mundo, o que faz com que o impacto do IOF na renda fixa seja menor do que em ações.” Walle pondera que não foi só o mercado brasileiro que subiu muito. Essa é uma realidade de mercados emergentes ou não. “O mundo todo está caro”, disse. Diante desse quadro, na visão do executivo, não dá para ficar de fora de emergentes, nem do mercado brasileiro. “Vemos boas oportunidades em Brasil, Índia, Rússia e China.”
Mas, o executivo afirma que, se possível, tende a buscar os investimentos em American Depositary Receipts (ADRs, recibos de ações de empresas brasileiras) negociados em Nova York. Esse é o caminho mais fácil, a primeira reação do investidor, segundo ele, até que se consiga analisar melhor as diferenças de preços entre os mercados. Parece que a bolsa já vem perdendo espaço para Nova York, dado o aumento forte do volume de negociações com ADRs.
Walle destaca que a situação do Brasil não e fácil. “O dilema do ministro (da Fazenda, Guido) Mantega é de grande complexidade, não há muitas opções de curto prazo para enfrentar o real apreciado.” E não descarta a possibilidade de novas correções no mercado brasileiro, mas como efeito de movimentos na cena externa.
O especialista em emergentes, no entanto, está otimista. Para ele, a economia global, apesar da lentidão, vem se recuperando. A grande questão é saber se os estímulos fiscais e monetários devem perdurar ou se os governos já podem tirar o time de campo. A Alliance administra um total de US$ 482 bilhões em ativos, sendo mais de US$ 30 bilhões em mercados emergentes.
