JUSTIÇA DE SÃO PAULO DETERMINA QUE O MUNICIPIO AUTORIZE A EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS.
9 de fevereiro de 2024Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI
18 de abril de 2024O investimento em obras e serviços realizados no primeiro semestre de 2015 foi R$ 17,3 bilhões menor que em igual período do ano passado. O reflexo desse desempenho negativo foi a redução da participação da cadeia da construção no Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre do ano passado, o setor representava 10,5% do PIB nacional. Hoje, esse porcentual está em 9,9%, segundo levantamento da Ex Ante Consultoria Econômica feito a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A indústria atribui a essa perda de investimentos o corte de 614 mil postos de trabalho no Brasil inteiro. No fim do primeiro semestre, a cadeia da construção empregava 12,2 milhões de pessoas, o equivalente a 13,2% da força de trabalho no País, segundo os dados do levantamento. “A tendência, porém, é que esse número caia até o fim do ano, pois não há ambiente para atrair novos negócios. Ainda não colocamos o pé no fundo do poço”, afirma o diretor titular do departamento da indústria da construção da Fiesp, Carlos Eduardo Auricchio.
Dentro da cadeia da construção, os segmentos que mais desempregaram foram os de construtoras e o de autoconstrução (reformas e construção de casas), com perda de 243.628 e 355.305 postos de trabalho, respectivamente. No caso das construtoras, o desempenho do setor é reflexo da Operação Lava Jato, que comprometeu a vida financeira de algumas empresas envolvidas no escândalo de corrupção, e do ajuste fiscal do governo federal.
Além de cortar investimentos em vários setores, o governo também não tem conseguido manter em dia o pagamento de obras executadas, seja do Minha Casa Minha Vida ou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O atraso no pagamento de obras executadas tem sido um dos motivos da paralisação de obras no Brasil inteiro.
“Há uma insegurança medonha no setor e uma enorme falta de confiança. Se não houver regras claras e a regularização de pagamentos atrasados, ninguém vai fazer nada”, afirma Auricchio. Do lado da autoconstrução, que envolve obras menores, o grande problema é o baixo crescimento da economia e o desemprego, o que provoca um círculo vicioso na cadeia. Com o aumento das demissões, a sociedade deixa de investir em reformas ou construções, o setor encolhe e demite mais.
Na opinião do executivo da Fiesp, além dos problemas políticos, há um conjunto de fatores que precisam ser atacados para reverter esse quadro. Segundo ele, os juros elevados, as restrições na concessão de crédito e a falta de regras claras são pontos primordiais que precisam ser resolvidos para retomar o crescimento do setor.
Para o diretor da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Carlos Eduardo L. Jorge, que recentemente fez um levantamento das obras paradas no País, o impacto da crise econômica se acentuou numa velocidade tão grande que está deixando o setor sem rumo.