O Hu Jintao que inicia hoje sua segunda visita oficial ao Brasil é diferente do Hu Jintao que esteve no País em novembro de 2004. Nos seis anos que separam as duas visitas, a China ampliou seu peso econômico mundial e passou a ser relevante para solução de virtualmente todos os problemas que assolam o planeta – dos desequilíbrios financeiros à segurança nuclear.
Em 2004, a China tinha o sexto maior PIB do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), atrás de Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra e França. Hoje, está na terceira posição e prestes a ultrapassar o Japão para assumir o segundo lugar. O país já é o maior exportador mundial, além de ter as maiores reservas internacionais (US$ 2,4 trilhões).
A importância relativa da China para o Brasil também aumentou de maneira espetacular nesses seis anos. Quando Hu Jintao veio ao Brasil em 2004, a China era o quarto principal destino das exportações brasileiras. Hoje, é o primeiro.
Desde o ano passado, a relação econômica bilateral começou a transcender os limites do comércio, com o anúncio de financiamento de US$ 10 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China (BDC) para a Petrobrás.
O volume é o segundo maior já conseguido pela estatal, perdendo apenas para uma linha do BNDES.
Também começaram a crescer os investimentos diretos da China no Brasil, principalmente na área de mineração, na qual foram realizadas aquisições de pouco mais de US$ 2 bilhões.
A expectativa agora é que a visita de Hu Jintao simbolize um novo momento na relação entre os dois países, com o aumento dos investimentos chineses, a diversificação das exportações brasileiras e o fortalecimento do diálogo entre os dois governos. Mas tudo vai depender dos acordos que forem assinados desta vez.