Os investidores retiraram em fevereiro US$ 11 bilhões dos recursos aplicados em fundos hedge, com a queda vertical sofrida pelas ações no mundo inteiro em meio aos sinais de aprofundamento da recessão mundial.
Os resgates corresponderam a cerca de um terço do valor resgatado em janeiro depois que o setor registrou perda de cerca de US$ 400 bilhões de junho (quando registrou seu pico) até dezembro do ano passado, por meio de prejuízos e saques, segundo mostrou um relatório preliminar da Eurekahedge. Os dados do mês de fevereiro se basearam em 41% dos fundos que divulgaram estimativas até 10 de março para a empresa, sediada em Cingapura.
O Índice Eurekahedge de Fundos Hedge, que monitora mais de 2.000 fundos no mundo inteiro, caiu 0,5% no mês passado, o que resulta numa perda de 0,4% no ano. A queda de fevereiro deve ser comparada à retração de 10% registrada pelo Índice MSCI Mundial, que acompanha a evolução das ações em 23 países desenvolvidos.
“É muito natural que as retiradas estejam diminuindo depois do que vimos no ano passado”, disse James Fiorillo, diretor de gestão da assessoria em investimentos Ottoman Capital Japan, sediada em Tóquio. “O fato é que os fundos hedge eliminaram muito risco até agora e é por isso que estão lentamente começando a ter um desempenho superior ao índice mundial.”
O setor de fundos hedge encolheu mais de 20%, para US$ 1,5 trilhão, no final de dezembro do ano passado, a partir do pico de US$ 1,9 trilhão em junho, quando a crise do crédito diminuiu os retornos e fez com que os investidores resgatassem recursos. O índice mundial dos fundos hedge perdeu 12% no ano passado, o maior percentual desde 2000, quando a Eurekahedge publicou esse tipo de cifra pela primeira vez.
Por região, o Índice Eurekahedge de Fundos Hedge da América Latina foi o de melhor desempenho em fevereiro, quando cresceu 0,7%, em parte devido à desvalorização das moedas locais no câmbio com o dólar, disse a Eurekahedge. A área de pior desempenho foi a dos fundos centrados no Japão, que caiu 2,1%, num momento em que os dados econômicos sinalizaram o aprofundamento da recessão da economia japonesa, a segunda maior do mundo.