Os fundos hedge avançaram em janeiro, apresentando, pela primeira vez em oito meses, crescimento por dois meses consecutivos, numa reação aos prejuízos recordes registrados em 2008, informou ontem um relatório do setor. Os gestores americanos se beneficiaram com as apostas de que as ações iriam cair.
O Índice Eurekahedge Hedge Fund, que monitora mais de 2.000 fundos em todo o mundo, avançou 0,5% no mês passado, depois de aumentar 0,8% em dezembro, segundo dados preliminares compilados pela Eurekahedge. A última vez que o índice avançou por dois meses consecutivos foi em abril e maio de 2008. A alta de janeiro contrasta com o declínio de 8,9% do Índice MSCI Mundial de ações nos mercados desenvolvidos.
O setor global de fundos hedge encolheu em mais de 20%, para US$ 1,5 trilhão, até o fim de dezembro passado, a partir do pico de US$ 1,9 trilhão, à medida que a crise do crédito reduziu os rendimentos e forçou investidores a resgatarem seu dinheiro.
Os resgates totalizaram US$ 30 bilhões em janeiro, segundo a Eurekahedge, sediada em Cingapura. Mais de 500 fundos fecharam desde o começo de 2008, enquanto 350 abriram, disse a Eurekahedge. O índice mundial de \”hedge funds\” caiu 12% em 2008, a maior contração desde que essa empresa provedora de dados começou a publicar os dados, em 2000.
\”Os fundos hedge de todo o mundo sofreram um golpe duplo no ano passado, uma vez que lutávamos para melhorar o desempenho enquanto o apetite dos investidores para o risco diminuía rapidamente\”, disse Makoto Kikuchi, principal executivo da Myojo Asset Management Japan, consultoria para \”hedge funds\” sediada em Tóquio. \”Este será um ano que o desempenho dos fundos hedge será posto à prova; o que estamos vendo é só o começo desse processo.\” Os dados da Eurekahedge são estimativas baseadas em 34,8% dos fundos que informaram seu desempenho até agora. A empresa de pesquisa pretende divulgar um relatório completo em 18 de fevereiro.
Por região, o Índice Eurekahedge para a América do Norte avançou 1,3%, no melhor desempenho, em parte devido à alta de 8% do dólar ante o euro, disse o relatório. Em segundo lugar ficou o índice para a América Latina, com um avanço de 1%. O indicador para a zona do euro registrou alta de 0,5%. O pior desempenho foi o do índice para o Leste Europeu e a Rússia, que recuou 7,6%.