As obras de construção da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos
Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro, estão paradas há dois
dias. Os cerca de três mil trabalhadores da Andrade Gutierrez, empresa
responsável pelas obras, cruzaram os braços desde o meio-dia da última
terça-feira, em protesto contra ações que estariam sendo adotadas pela
companhia no canteiro de obras.
O presidente do Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Pesada de Angra dos Reis e Paraty (Sticpar),
Marcelo Vidal, explicou que, em assembleia nesta quinta-feira, os
trabalhadores decidiram manter a paralisação. Está prevista uma reunião
de conciliação na próxima segunda-feira, dia 30, no Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) do Rio.
Segundo Vidal, trabalhadores reivindicam a
demissão de três funcionários que ocupam cargos de confiança na Andrade
Gutierrez, que estariam adotando atitudes hostis com os operários, como
dar advertências sem fundamentos. Outra medida contestada pelos
operários seria a instalação de uma junta médica no canteiro de obras
para avaliar os pedidos de dispensa por motivo de saúde, o que fez com
que muitos atestados médicos fossem recusados.
– Após as
negociações, a Andrade Gutierrez aceitou abonar os atestados médicos e
rasgou as advertências. Mas os trabalhadores só aceitam voltar às
atividades se esses três funcionários que teriam forem afastados – disse
Vidal.
Em nota, a Andrade Gutierrez informou que até o momento
não recebeu qualquer pauta oficial de reivindicações dos trabalhadores.
Segundo a empresa, “causou grande estranheza o fato de não ter havido
qualquer comunicação prévia sobre a paralisação.” A construtora também
afimra que está sempre aberta a negociações, como tem feito regulamente
com os trabalhadores da usina de Angra 3.
A Eletronuclear
responsável pela usina não quis comentar a greve dos trabalhadores. Mas,
por enquanto, a paralisação não compromete o cronograma da obra. A
usina está prevista para entrar em operação no fim de 2014.