O brasileiro poderá pagar até 6,31% a mais na hora de comprar remédios. Isso porque, medida publicada pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) na edição desta quinta-feira (4) do DOU (Diário Oficial da União) autoriza o reajuste dos preços de medicamentos a partir de hoje.
De acordo com o texto da Resolução, o aumento será baseado em um modelo de teto de preços calculado com base, entre outras coisas, em um fator de produtividade e no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Reajuste
Os fabricantes poderão realizar o reajuste de até 6,31% para as classes terapêuticas com participação de genéricos em faturamento igual ou superior a 20%.
Já um reajuste de até 4,51% poderá ser aplicado para as classes terapêuticas com participação dos genéricos entre 15% e 20% no faturamento.
Os medicamentos com participação de genéricos no faturamento abaixo de 15%, contudo, sofrerão reajuste de 2,70%.
Regras
Ainda conforme a Resolução de número 2 da Cmed, as empresas produtoras deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações especializadas de grande circulação.
Além disso, as unidades de comércio varejista deverão manter à disposição dos consumidores e dos órgãos de defesa do consumidor as listas dos preços de medicamentos atualizadas, calculados conforme as regras publicadas pelo órgão.
Setor
De acordo com o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no estado de São Paulo), desde 2011, a indústria farmacêutica enfrenta fortes pressões de custo, especialmente com pessoal, insumos e matérias-primas. Assim, na opinião do Sindicato, o governo teria aplicado um cálculo de reajuste discutível, que irá impedir muitas empresas de repor o aumento de custos de produção do período.
O Sindusfarma calcula que o aumento médio dos medicamentos será de 4,59% e só será sentido pelo consumidor entre junho e julho, quando começam as reposições de estoques, visto que o varejo costuma antecipar compras antes da entrada em vigor do reajuste.