A febre amarela silvestre contaminou 1.266 pessoas e matou 415 em todo o país em um ano, segundo o último levantamento do Ministério da Saúde. No entanto, em algumas cidades do interior de São Paulo a meta de vacinação não foi atingida e as doses vão direto da geladeira para o lixo.
Quase todos os casos foram registrados no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Só no Estado de São Paulo já foram identificadas 537 pessoas com a doença, cinco vezes maior que em todo o ano passado, quando foram 103 casos.
No começo do ano, o desespero causou filas nos postos de saúde de moradores em busca da vacina. Contudo, a procura diminuiu e frascos inteiros estão sendo perdidos em unidades como a de Votorantim, no interior de São Paulo.
\”É uma pena, porque você não consegue 10 pessoas para tomar a vacina na mesma manhã e, após aberto o frasco, ele [frasco] dura mais ou menos seis horas. Então, se não vierem mais pessoas para tomar a vacina, a gente acaba perdendo as doses\”, explica a diretora de vigilância em saúde de Votorantim, Nila Puglia.
Os sintomas da febre amarela são parecidos com os de outras doenças: febre alta, dor de cabeça, fraqueza e dores no corpo. Mas, conforme o infectologista Fernando Ruiz, a doença pode evoluir rapidamente.
\”Nas formas graves, depois do quadro inicial de febre, por volta de dois a três dias tem uma melhora relativa de algumas horas. Até dois dias começa a apresentar pele amarelada, o branco dos olhos amarelado e começam náuseas\”, diz Ruiz.
Foi o que aconteceu com uma vítima de Piedade (SP). O idoso morava na zona rural e se recusou a tomar a vacina.
\”Foi muito rápido. A gente não esperava que um mosquitinho pudesse, em menos de 10 dias, tirar a vida de uma pessoa\”, contou um parente.