O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem em um relatório que a economia mundial está começando a sair da recessão. O FMI está revendo para mais suas previsões de crescimento para o ano que vem e sinalizou que poderá reduzir suas estimativas de perdas bancárias.
“A recuperação está chegando”, disse Olivier Blanchard, principal economista do Fundo Monetário. Mas ele alertou que “provavelmente será uma recuperação fraca” e disse que os formuladores de políticas precisam se prevenir contra riscos econômicos e financeiros.
Os investidores sinalizaram suas dúvidas quanto à força da recuperação econômica, vendendo commodities, especialmente petróleo e ouro, além de ações. O iene, um barômetro da crescente aversão ao risco, também subiu 3% em relação ao euro e ao dólar.
O relatório do Fundo Monetário Internacional é anunciado em meio a choques no Congresso dos Estados Unidos sobre a possível necessidade de um estímulo fiscal adicional para combater a alta do desemprego.
Os republicanos atacaram ontem o atual pacote de estímulos, classificando-o de um fracasso, enquanto os líderes democratas na Câmara dos Representantes e no Senado emitiram sinais conflitantes sobre a necessidade ou não de mais estímulos.
O Fundo Monetário agora está prevendo um crescimento de 2,5% para a economia mundial no ano que vem, contra a previsão de 1,9% feita em abril.
Esse crescimento será liderado pela China e Índia, uma recuperação no Japão e um crescimento positivo mas abaixo da tendência nos Estados Unidos. Ele também melhorou suas previsões para a Europa, mas ainda acredita que a zona do euro vai apresentar uma contração econômica de 0,3% em 2010, com a Alemanha encolhendo 0,6%.
O FMI reduziu sua previsão de crescimento da economia mundial este ano para 1,4% negativo. O Fundo ainda não atualizou suas estimativas anteriores de perdas dos bancos e de outras instituições financeiras, que estão sob revisão.
No entanto, Jose Vinals, conselheiro financeiro do FMI, disse que é razoável supor que as estimativas de perdas acabarão sendo reduzidas. Vinals disse que os descontos sobre os preços das ações “provavelmente será de certa forma melhor agora”, seguindo as melhorias dos mercados financeiros.
Enquanto isso, segundo o Fundo, as estimativas para as perdas com empréstimos poderão ser “de certa forma menores” por causa da melhoria das previsões de crescimento.
Todavia, o Fundo Monetário alertou para o perigo da complacência, dizendo que é cedo demais para implementar “estratégias de saída” e observou que há vários riscos que podem ameaçar a recuperação.
O FMI disse que é preciso mais esforços para limpar o sistema bancário, observando em um relatório para o G-20, emitido junto com as atualizações, que “a capitalização bancária continua sendo uma preocupação, especialmente na Europa”. O Fundo também sinalizou uma preocupação com os governos nos dois lados do Atlântico, que na sua visão tiveram um sucesso apenas “limitado” no trato dos problemas com ativos.