O apelo do presidente Lula para que o brasileiro fosse às compras e não deixasse a economia nacional esmorecer diante da crise internacional surtiu algum efeito nas vendas do comércio no Natal e é com esse espírito que os participantes da Carteira Valor iniciam 2009. Fiando-se na tese de que é o mercado local que pode fazer diferença em meio à freada global, as recomendações para o primeiro portfólio do ano são pontuadas por ações ligadas a bens de consumo, bancos, educação, logística, concessionárias de serviços públicos – em especial as elétricas – e varejo.
Encabeçando as listas das corretoras ainda estão duas fabricantes de matérias-primas, com as preferenciais (PN, sem voto) da Gerdau e da Petrobras. O portfólio das dez mais se completa com as ordinárias (ON, com voto) da Perdigão e da Redecard, seguidas por AES Tietê PN, Itaúsa PN, AmBev PN, CCR ON, Bradesco PN e Eletrobrás ON.
Em 2008, a Carteira Valor perdeu 39,08%, em linha com o Ibovespa, que recuou 41,22%. Em dezembro, teve valorização de 0,71%, em comparação aos 2,61% do índice. A queda de 16,41% de Perdigão ON e de 5,79% de Bradesco PN contribuiu para a performance.
Com a percepção de que o primeiro semestre será ainda um período conturbado para a economia global, Andrés Kikuchi, da Link Investimentos, privilegiou setores com maior previsibilidade de caixa, mais regulados e relativamente menos expostos a mudanças no quadro internacional. \”É o mercado interno que tem chances de mostrar sinais de recuperação em relação ao resto do mundo, que ficou mais difícil de prever\”, diz, referindo-se a expectativa em relação à divulgação de novos dados de consumo, desemprego e nível de confiança nos Estados Unidos para se fechar um prognóstico para 2009. \”O mercado mundial seguirá frágil e com risco elevado.\”