Expectativa por corte no juro dos EUA

A reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), que amanhã decide a nova taxa de juros, é o principal evento da semana. A expectativa é que a taxa seja novamente reduzida, para 0,50%, na tentativa reaquecer a economia hoje em recessão. No ambiente doméstico, o mercado espera a ata da última reunião do Copom, em que a Selic foi mantida estável em 13,75% ao ano, que será conhecida na quinta-feira. O documento pode reforçar a expectativa de que a Selic seja reduza na primeira reunião de 2009, em janeiro.

O dólar comercial, depois de uma semana volátil, abre o dia negociado a R$ 2,366. Na sexta passada, o dia foi de volatilidade. A rejeição do pacote emergencial de ajuda à indústria automobilística dos Estados Unidos trouxe nervosismo aos negócios e potencializou o clima de aversão ao risco. No entanto, a disposição do governo norte-americano em resolver o impasse minimizou os efeitos negativos da decisão.

Os principais índices acionários operaram sem tendência definida, enquanto o dólar se valorizou em nível global. No Brasil, a moeda fechou em alta de 0,77%, a R$ 2,366. Na semana, entretanto, o dólar acumulou perdas de 4,21% sobre o real. Segundo Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, com o fracasso das negociações no Senado norte-americano, cresceram os temores de que haverá quebra de empresas do setor, o que aprofundará o quadro recessivo em que a economia dos EUA se encontra desde o fim de 2007. \”Sem o empréstimo, o colapso das montadoras agravará a crise econômica.\”

A resistência do partido republicano e o impasse com os sindicalistas da indústria automotiva foram o que impediram que o plano de ajuda a companhias como General Motors e Chrysler, no valor de US$ 14 bilhões, fosse aprovado pelo Congresso. Mas em declaração, a Casa Branca se mostrou disposta a prover assistência e anunciou que está considerando a possibilidade de utilizar parte do megapacote de US$ 700 bilhões para evitar o colapso das montadoras. Em meio à este cenário de incertezas, as medidas do governo brasileiro para estimular o crescimento do País foi um contraponto importante para amenizar parte do pessimismo imposto pelos mercados externos. Na véspera, a equipe econômica anunciou medidas de desoneração tributária, além de informar que irá emprestar recursos das reservas internacionais para que empresas possam pagar suas dívidas externas.