Executivo do BofA anuncia saída

Alvo de investigações do governo dos Estados Unidos, o executivo-chefe do Bank of America (BofA), Kenneth Lewis, anunciou ontem que vai se aposentar no fim do ano. Segundo o banco, o sucessor ainda não foi escolhido.

“Nosso conselho de diretores e nossa gerência sênior possui mais talentos e diversidade de talentos do que em qualquer época da história desta companhia. Estamos em posição de começar a devolver os investimentos governamentais do Tarp (Programa de Recuperação de Ativos Tóxicos)”, disse Lewis, em comunicado. “Por essas razões, eu decidi que agora é hora de iniciar a transição para a próxima geração de líderes do Bank of America.”

A reputação de Lewis, 62 anos, foi manchada por perdas bilionárias e pela necessidade de o BofA ser socorrido duas vezes pelo governo americano. O executivo enfrenta investigações do Congresso, da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM americana) e de promotores-gerais de dois Estados, incluindo Andrew Cuomo, de Nova York.

O escritório de Cuomo emitiu um comunicado na noite de ontem dizendo que a “decisão de Kenneth Lewis de deixar o cargo não terá impacto na continuação da investigação”. E o escritório do promotor-geral de Ohio emitiu um comunicado similar.

Lewis também é alvo de uma investigação do Congresso que examina a aquisição do Merrill Lynch pelo BofA, no auge da crise internacional, no fim de 2008. A fadiga de Lewis cresceu com os litígios e investigações, que começaram a interferir em sua capacidade de administrar o banco, disse uma fonte próxima do tema. Mas especialistas acreditam que Lewis foi forçado pelos reguladores federais e autoridades a tomar certas decisões.

O executivo-chefe do BofA conduziu duas grandes fusões nos últimos dois anos: com a financiadora de hipotecas Countrywide Financial e com o Merrill Lynch, que consolidaram a posição do banco como um imenso conglomerado financeiro com sede em Charlotte (Carolina do Norte).