Em rota de colisão com o Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu nesta terça-feira (24) a redução do número de ministérios do governo Dilma Rousseff de 39 para 20. Em tom irônico, o peemedebista afirmou que está na hora de o governo lançar o programa “menos ministérios”, referindo-se à iniciativa federal Mais Médicos.
“Quanto mais alto é o exemplo, mais pedagógico será. Se aplaudimos recentemente o Mais Médicos, está na hora do programa menos ministérios, 20 no máximo, menos cargos comissionados, menos desperdício e menos aparelhamento, mal que devemos aproveitar a oportunidade para talhar”, disse Renan ao final da solenidade de divulgação da 20ª edição da Agenda Legislativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em meio ao evento, o presidente do Senado defendeu aos empresários e parlamentares que acompanhavam a solenidade que o governo “diminua o tamanho do estado”. A declaração arrancou aplausos da plateia.
Ao comentar o atual momento da economia brasileira, o presidente do Senado classificou de “grave” o cenário econômico enfrentado pelo país. Para ele, é preciso “coragem e persistência” para enfrentar a crise.
“O problema [crise econômica] é complexo e não será resolvido como resultado de uma única equação ou com visões simplistas. O Congresso Nacional está pronto para fazer a sua parte. Não há como o parlamento abrir mão de aprimorar o ajuste proposto pelo Executivo”, ressaltou.
A ideia de que faltam novas leis também é rebatida pelo ministro Marco Aurélio (foto), que resume seu pensamento sobre os “pacotes anticorrupção” feitos pelo MPF e pelo governo federal: “Já temos um entulho legislativo. Não precisamos de leis, mas de de um banho de ética. Todo mundo tem agora um milagre para chegarmos a novos dias. No campo formal, o Brasil está cheio. Quero saber da realidade”.