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18 de abril de 2024Condenado a 13 anos de prisão no Brasil, Cacciola foi preso em Mônaco e será extraditado para o País.
SÃO PAULO – O ex-banqueiro italiano Salvatore Cacciola foi preso pela Interpol no dia 15 de setembro de 2007, em Mônaco, na Europa. Condenado a 13 anos de prisão no Brasil por desvio de dinheiro público e gestão fraudulenta de instituição financeira, o ex-dono do banco Marka estava foragido da Justiça brasileira havia sete anos.
Logo após sua prisão em Mônaco, o governo brasileiro organizou os documentos para o pedido de extradição do ex-banqueiro, para que cumprisse a pena decidida pela Justiça brasileira. O pedido oficial foi entregue à Justiça monegasca em 2 de outubro, mas a resposta foi dada apenas em 16 de abril, mais de seis meses depois. O processo de extradição deu o último passo em 4 de julho, com a autorização do príncipe de Mônaco para que o ex-banqueiro voltasse ao Brasil.
Salvatore Cacciola é um dos envolvidos no escândalo do socorro aos bancos Marka e FonteCindam, logo após a desvalorização do real, em janeiro de 1999. O escândalo envolveu ex-funcionários dos dois bancos, do Banco Central e consultores independentes, causando prejuízo de R$ 1,57 bilhão aos cofres públicos.
Na época, Marka e FonteCindam tinham muitos contratos atrelados ao câmbio e foram surpreendidos pela desvalorização do real. Alegando \”risco sistêmico\” – o perigo de uma quebra generalizada no sistema bancário -, o BC ajudou os banqueiros a cobrir o rombo, vendendo dólares por cotação inferior à do mercado.
Cacciola, que tem cidadania italiana, morava em Roma, onde era proprietário de um hotel. Ao se hospedar em um hotel de Monte Carlo, Cacciola acabou sendo preso porque o nome dele foi localizado pela polícia durante uma vistoria de rotina em fichas de hóspedes do principado – desde que fugiu do Brasil, o banqueiro passou a integrar a lista internacional de foragidos da Interpol.
Em 2000, Cacciola foi detido em um spa, no Rio Grande do Sul, e transferido para uma prisão do Rio. Depois de permanecer 37 dias na cadeia, foi solto graças a um habeas-corpus e conseguiu fugir para a Itália. Em outubro de 2005, Cacciola e o Banco Marka foram condenados no processo em que eram acusados peculato e gestão fraudulenta.