A conclusão das rodadas de negociações do G20 (que reúne os países mais ricos e alguns emergentes) foi positiva para o Brasil e outros emergentes, na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O ministro disse que o documento final esclarece responsabilidades e compromissos, livrando os emergentes da obrigação de sustentar os demais países, se houver crises econômicas.
“Os emergentes foram plenamente contemplados”, comemorou Mantega. “Eles [os países ricos] têm de fazer a parte [que lhes cabe]. Do contrário, o ajuste fica só nas costas dos países emergentes”.
Mantega referiu-se ao item, da declaração final, que impõe a meta de que todos os países terão de associar medidas de ajuste fiscal a alternativas de estímulo ao consumo interno.
Segundo ele, foi uma mensagem para o Japão, Alemanha e China, países que concentram boa parte da economia em exportações.
“O Brasil não tem problema de estimular o mercado interno porque já está ‘bombando'”.
De acordo com o ministro, o temor dos países emergentes era que fosse estabelecida uma meta sem incluir uma política de estímulo ao consumo.
A defesa veemente dos Estados Unidos em parceria com os emergentes surtiu efeito.
Mantega também comemorou a inclusão do item sobre regulação do sistema financeiro.
No fim de semana, líderes mundiais reuniram-se em Toronto para as discussões do G20.
As reuniões geraram vários protestos na cidade. Manifestantes das mais diversas correntes – defensores do Irã, do meio ambiente e pacifistas – promoveram momentos de tensão. Houve confrontos com a polícia.
O plano de segurança, organizado pelo governo canadense, envolveu 20 mil homens. Pelo menos 600 pessoas foram presas nos últimos dias.
O Canadá gastou cerca de US$ 960 mil para promover a reunião.