A fuga de dólares do País atingiu a marca de US$ 873 milhões nos seis primeiros dias úteis de 2009, conforme posição do movimento de câmbio contratado divulgado ontem pelo Banco Central. A conta financeira registrou saída líquida de US$ 363 milhões e a conta comercial também contribuiu com saldo negativo de US$ 510 milhões. A má notícia na comparação com igual período do ano passado é que as contas financeira e comercial começaram o ano deficitárias – mas o saldo de saída é menor.
Nos seis primeiros dias do ano passado, a balança comercial gerou forte superávit, de US$ 1,34 bilhão, enquanto a conta financeira acumulava déficit de US$ 3,4 bilhões, gerando um saldo de saída de capital estrangeiro superior a US$ 2 bilhões no período.
No acumulado de todo o mês de janeiro de 2008, a conta financeira registrou déficit de US$ 6,53 bilhões, enquanto que o saldo comercial fechou positivo em US$ 4,17 bilhões, gerando um saldo final negativo em US$ 2,35 bilhões. No acumulado de todo o ano passado, o BC registrou um saldo negativo de US$ 983 milhões no movimento de câmbio, frente resultado positivo de US$ 87,45 bilhões, em 2007. A saída de recursos intensificou-se com a crise financeira internacional, em nítido movimento de migração de dinheiro que estava na conta financeira para cobrir dificuldades de caixa no exterior. Novembro foi o pior mês em 2008, quando a conta financeira registrou fuga de US$ 10,29 bilhões.
Alta de 0,95%
Com novos indicadores econômicos desfavoráveis e pessimismo nas praças europeias, o mau humor externo pesou sobre os negócios no País, e fez o câmbio disparar, atingindo a máxima de R$ 2,36 ontem, mas ao término do dia, fechou a R$ 2,349 na venda, avanço de 0,95%.
Ontem, a autoridade monetária voltou a interferir no câmbio e vendeu US$ 276 milhões para financiar as exportações, além de vender dólares no mercado à vista.
A piora no mercado de trabalho norte-americano, a queda no preço das casas, queda na bolsa de valores e redução da confiança dos consumidores resultaram na retração das vendas. \”Reforça a expectativa de queda muito forte do Produto Interno Bruto norte-americano do último trimestre de 2008 e a necessidade de urgência por medidas no campo fiscal que contribuam para frear a piora das perspectivas econômicas\”, destaca o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves.