Protesters Debate What Demands, if Any, to Make
17 de outubro de 2011Brazil’s Bradesco lowers outlook for credit growth
19 de outubro de 2011A crise econômica internacional estará entre os temas que a presidenta Dilma Rousseff discutirá durante reunião com os chefes de Estado dos três países do Ibas (grupo que reúne Brasil, Índia e África do Sul). Durante o encontro, que ocorrerá em Pretória, capital administrativa da África do Sul, amanhã (18), Dilma, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh e o anfitrião, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, tentarão chegar a uma posição unificada para ser levada à reunião da cúpula do G20, que ocorrerá em Cannes, na França, nos próximos dias 3 e 4 de novembro.
“O assunto principal será a crise. Infelizmente, o tema é inescapável diante das dimensões dessa crise”, comentou a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, subsecretária-geral política do Ministério de Relações Exteriores (MRE). “Uma coisa que certamente os três chefes de estado discutirão é o que cada um está fazendo internamente para fazer frente ao turbulento cenário internacional. A mensagem que será levada ao G-20 é de preocupação. Os países querem que a Europa encontre logo um caminho”, destacou.
A 5ª Cúpula do Ibas ocorre em um ambiente ainda mais tenso no cenário internacional devido ao medo de desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil e importante parceiro dos outros dois países. O medo de que a contração da economia mundial atinja a China chegou a ser citado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na última semana, após reunião de coordenação política do governo.
Um desafio a ser vencido, na opinião da embaixadora, será a tendência mundial de adoção de medidas protecionistas. Embora ela reconheça a necessidade das medidas tomadas pelo governo, como o aumento de tributos no Brasil sobre os automóveis importados, a embaixadora alerta para essa tendência. “A medida tomada sobre os automóveis é legítima, mas há uma tendência dos países a procurarem formas de se protegerem. Mas isso pode agravar ainda mais o problema”, destacou.
Na parte da tarde, os chefes de Estado farão uma declaração conjunta explicitando a posição tomada. O encontro se encerra com um jantar oferecido pelo presidente Zuma na Casa de Hóspedes da Presidência da República da África do Sul.
O Ibas foi criado em 2003 com o objetivo maior de cooperação entre as três maiores democracias da América do Sul, África e Ásia. Além do regime democrático, os três países apresentam situação econômica semelhante e problemas comuns decorrentes da rápida industrialização e do crescimento de suas cidades.
Conhecida como cooperação Sul-Sul, os países vêm se esforçando para criar uma agenda própria de discussões que incluem temas como ciência e tecnologia, educação, agricultura, sociedade e informação, defesa, assentamentos humanos, meio ambiente e clima, transportes, geração de energia, desenvolvimento social e experiências em administração pública.
Outra característica do Ibas é a defesa comum de reformas nas instituições multilaterais, incluindo a redistribuição de cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os três emergentes multiplicaram suas trocas comerciais após a criação do grupo. Em 2003, o comercio entre Índia, Brasil e África do Sul somava US$ 3,3 bilhões. Em 2008, os governos estabeleceram uma meta de chegar em 2010 com um comércio de R$ 15 bilhões.
A meta foi superada e os países chegaram em 2010 com um comércio envolvendo a cifra de US$ 17,5 bilhões no ano passado. A meta do grupo agora é atingir US$ 30 bilhões em trocas comerciais em 2015. O mercado consumidor da Índia, com proporções chinesas, e do Brasil, são trunfos, na opinião da embaixadora, para que esse objetivo seja atingido.
