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25 de agosto de 2009Iasb faz emendas
27 de agosto de 2009O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preferência para que o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, fique no cargo até dezembro do próximo ano, mas também apoia e respeita qualquer decisão que o titular do BC tomar sobre uma eventual candidatura nas eleições em 2010. A informação foi dada pelo próprio Meirelles à imprensa, em Nova York, durante entrevista coletiva ontem.
O presidente do BC disse que um dos fatores a ser considerado na sua decisão sobre concorrer a um cargo público eletivo é o desempenho da economia brasileira. “O presidente Lula manifestou em público, e a mim diretamente mais de uma vez, a preferência para que eu permaneça na posição até o dia 31 de dezembro de 2010. Evidentemente, ele também manifestou seu apoio e respeito a qualquer decisão minha”, afirmou Meirelles, depois de fazer apresentação em evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Meirelles reitera que a sua decisão não está tomada. “Tenho de tomar (a decisão) até março. Um dos fatores que serão considerados, evidentemente, são os fatores do desempenho da economia brasileira.”
Para ele, Lula tem “demonstrado um compromisso bastante sólido com a estabilidade da economia brasileira”. “Portanto, caso eu venha ser candidato a algum cargo eletivo e não esteja no BC a partir de abril de 2010, eu acredito que nós teremos um processo de continuidade (das políticas econômicas), mas isso é prerrogativa do presidente Lula”, afirmou Meirelles.
Ele acrescentou que a independência operacional do BC está “funcionando bem”. Meirelles avaliou que a sociedade brasileira está amadurecendo e a estabilidade tem mostrado resultados para a população. “Não só para empresas, no nível de investimentos e de previsibilidade, mas principalmente para o cidadão brasileiro. A classe média representa 53% dos brasileiros. Aqueles vivendo na classe E saíram de um patamar de 30% da população para 18%. A melhora do poder de compra da população e o aumento da renda real, com 8 milhões de empregos criados nos últimos anos, mostram os benefícios da estabilidade. Acho que são ganhos incorporados pela sociedade brasileira. Acho muito pouco provável que o Brasil volte atrás nesse aspecto. A própria população não aceitaria”, disse o presidente do BC.
No que concerne à institucionalização da independência operacional do Banco Central, Meirelles observou que este é um processo em andamento. “Não me compete, como presidente do Banco Central, opinar sobre qualquer projeto de lei que venha contemplar uma independência formal do Banco Central no futuro. O que eu posso dizer é que a independência operacional concedida pelo presidente Lula está funcionando muito bem.”
PIB. O Brasil mostrou resiliência durante a crise e capacidade de recuperação, disse o presidente do Banco Central. “Os principais indicadores (econômicos) mostram que o Pais está em processo de recuperação”, afirmou. Meirelles comentou que as projeções de PIB para 2009 estão avançando de forma regular, semana a semana. “Em resumo, estão se movendo para cima, para um terreno neutro”, afirmou.
Para 2010, considerando-se o efeito de carregamento estatístico que se vê atualmente, as projeções que apontam para um PIB um pouco acima de 4% não seriam de um otimismo excessivo, na avaliação dele.
Meirelles cita que o consenso de mercado estima PIB no próximo ano pouco abaixo de 4%, mas acrescenta que algumas projeções indicam algo acima deste percentual de crescimento para 2010. “(Este nível) não é muito otimista, pelo que vemos neste ponto de carry over”, explicou. Ele citou que as projeções de mercado apontam para um intervalo do PIB anualizado entre 4% e 8% para o segundo trimestre deste ano. “Isto é um início sólido da recuperação”, destacou.
