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18 de abril de 2024O ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque, preso desde a última segunda-feira (16), se negou, nesta quinta-feira, a responder as perguntas dos deputados durante a CPI da Casa que investiga o esquema de corrupção instalado na estatal. “Há um tempo de calar e um tempo de falar. Essa é a hora de calar, do meu ponto de vista. E, por esse motivo, vou usar meu direito constitucional”.
Apesar da afirmativa, os deputados pediram para fazerem as perguntas a Duque. “Permanecerei calado”, respondeu o ex-diretor aos primeiros questionamentos. Duque está preso desde a semana passada, condição que impediria sua ida à comissão. Duque foi preso na 10ª fase da Operação Lava-Jato e, de acordo com o Ministério Público, a prisão foi motivada pela transferência feita pelo ex-diretor de 20 milhões de euros da Suíça para o Principado de Mônaco. A defesa de Duque negou a transferência.
Com a prisão, houve dúvidas a respeito do depoimento de Duque na comissão. Um ato da Mesa diretora da Câmara de 2006 proíbe depoimentos de presos nas dependências da Casa. Em razão disso, a CPI chegou a solicitar ao juiz Sérgio Moro ouvir Renato Duque nas dependências da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal, em Brasília. Moro chegou a acatar o pedido da CPI, marcando o depoimento de Duque para o auditório da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Para os investigadores da Lava-Jato, Duque é o elo do PT com o esquema de desvios na petroleira. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), teriam sido captados na gestão de Duque cerca de R$ 650 milhões em propinas sobre contratos fechados de 2004 a 2012 com as seis empreiteiras que teriam integrado cartel para assumir negócios bilionários na estatal. Ele nega ter envolvimento com esquema.
Duque chegou a ser preso em novembro do ano passado, mas foi solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, Duque foi flagrado tentando ocultar patrimônio não declarado mantido na Suíça e por essa razão foi feito novo pedido de prisão. Uma das operações envolveu a transferência de 20 milhões de euros para uma conta no Principado de Mônaco. A Polícia Federal já afirmava que, mesmo após deflagrada a Lava Jato, em março do ano passado, o ex-diretor transferiu dinheiro da Suíça para Estados Unidos e Hong Kong. A defesa do ex-diretor negou a existência de movimentações financeiras.