Mantendo trajetória positiva observada no fim da última semana, o Ibovespa avançou 1,22% na segunda-feira (14) e recuperou o patamar dos 66 mil pontos. O pregão foi marcado por um ambiente tranquilo no cenário externo, e o desempenho do índice acabou impulsionado pela balança comercial chinesa e o salto das importações de minério de ferro pelo país, propiciando valorização das mineradoras.
No entanto, para esta terça-feira (15), Adriano Moreno, analista da Futura Investimento, não espera um clima tão ameno para o mercado de ações nacional. De um lado, o analista argumenta que é cedo para falar em reversão da tendência negativa para o Ibovespa, e que o movimento de alta das últimas três sessões foi mais uma correção técnica do que uma valorização consistente do índice.
Além disso, Moreno enxerga volta da volatilidade com a aproximação do vencimento de opções sobre índice na quarta-feira (16), já que estrangeiros ainda estão posicionados vendidos (apostando numa baixa) no Ibovespa. De acordo com o analista, enquanto o fluxo de investidores não residentes continuar direcionado para fora do país, será difícil afirmar que o pior já passou.
Nem tão positivo
Justamente por causa desse descolamento, Moreno não observa com otimismo a agenda de indicadores econômicos norte-americanos. Para esta terça, são aguardados as vendas no varejo, o nível de estoques e o preços de importação e exportação nos Estados Unidos, além do índice de atividade manufatureira de Nova York.
Dados econômicos melhores por lá podem intensificar a migração dos investidores, acredita Moreno. “Com o atual descolamento, nem sempre indicadores positivos por lá ajudam o mercado brasileiro”, avaliou, afirmando que uma economia norte-americana forte intensifica a saída de dinheiro do Brasil.